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Governo anuncia início do Programa ‘Agora Tem Especialistas’ em agosto com troca de atendimentos por quitação de dívidas; veja detalhes

Iniciativa permite parceria com instituições privadas que tenham dívidas com a União

Coletiva com Padilha e Haddad no Ministério da Saúde sobre o Programa Agora Tem Especialistas

O Ministério da Saúde e o Ministério da Fazenda anunciaram, nesta terça-feira (24), a publicação do edital de credenciamento para o programa “Agora Tem Especialistas”, que prevê o início dos atendimentos a partir de agosto. A iniciativa permite que hospitais privados e filantrópicos prestem serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) e, em contrapartida, tenham dívidas com a União quitadas por meio de compensação financeira.

A coletiva de imprensa foi conduzida pelos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Fernando Haddad (Fazenda), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília.

Após a publicação do edital, as instituições interessadas terão cinco dias úteis para manifestar interesse em participar do programa.

Como funciona o programa

O objetivo principal da iniciativa é reduzir as filas por consultas, exames e cirurgias no SUS, utilizando a estrutura de unidades privadas e filantrópicas com capacidade ociosa. Os atendimentos ocorrerão com regulação pelas secretarias de saúde, respeitando as filas dos pacientes em cada município ou estado.

A medida prevê a renúncia fiscal de até R$ 2 bilhões por ano, com os créditos gerados pelas unidades de saúde sendo usados para abater dívidas tributárias a partir de 1º de janeiro de 2026.

De acordo com o ministro Padilha, nesta etapa, o foco está no eixo 3 do programa, que trata da oferta de serviços especializados do SUS em unidades privadas: consultas, exames e cirurgias.

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Participação e critérios

Poderão se credenciar por meio de edital:

  • Hospitais, clínicas, consultórios e centros de diagnóstico privados ou filantrópicos com capacidade instalada ociosa;
  • Empresas que prestem serviços de saúde e tenham estrutura com profissionais, equipamentos, insumos e medicamentos disponíveis;
  • Entidades vinculadas à administração pública indireta ou à Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS).

Conforme os serviços forem sendo prestados, as unidades acumulam créditos, que são convertidos em descontos na dívida ativa pela Fazenda Nacional. A tabela de desconto funciona da seguinte forma:

  • Dívidas de até R$ 5 milhões: até 50% de conversão em crédito;
  • Dívidas entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões: até 40%;
  • Dívidas acima de R$ 10 milhões: até 30%.

Ou seja, quanto menor o valor da dívida, maior o percentual de abatimento possível. A dívida precisa ser reconhecida oficialmente para que o cálculo de compensação seja realizado.

Além disso, o programa prevê a fiscalização dos serviços prestados pelo Ministério da Saúde, condição essencial para que os créditos sejam validados e abatidos pela Fazenda.

O início dos atendimentos está previsto para agosto, com prioridade para as seguintes especialidades médicas:

  • Oncologia
  • Ginecologia
  • Cardiologia
  • Ortopedia
  • Oftalmologia
  • Otorrinolaringologia

Os hospitais e clínicas credenciadas ao programa terão os seguintes benefícios: Suspensão da cobrança de juros e multas por seis meses; Possibilidade de redução de até 70% em juros e multas sobre o total da dívida; Parcelamento facilitado: até 60 vezes para unidades privadas e até 145 vezes para instituições filantrópicas.

Para permanecer no programa, as unidades deverão cumprir uma produção mínima mensal: R$ 100 mil em serviços prestados; R$ 50 mil, nos casos de regiões com menor desenvolvimento em saúde.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.