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Fiemg considera que Brasil tem que ter ‘posição contundente de defesa comercial’ diante tarifaço

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, apresentou medidas protetivas e ‘antidanos’ que poderiam ser adotadas pelo governo federal

Presidente da Fiemg, Flávio Roscoe

A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) realizou nesta sexta-feira (8) o “Encontro Empresarial Extraordinário” e reuniu diversos empresários e representantes de setores que estão fora da lista de isenções do tarifaço americano.

Um pacote de sugestões de medidas formuladas pela federação foi apresentado e as iniciativas serão direcionadas ao governo federal.

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, apresentou medidas protetivas e “antidanos” que poderiam ser adotadas pelo governo federal, e também anunciou que o Sesi/Senai vai oferecer cursos gratuitos de qualificação de mão de obra e consultorias de linha industrial para empresas que vão ter suas produções afetadas em mais de 10%, e que tenham mais chances de incluir demissões nas tentativas de mitigar o impacto da tarifação.

Já dentre as sugestões apresentadas pela Fiemg, há o pedido de postura mais agressiva do governo brasileiro na proteção do mercado interno. Em casa tópico apresentado, outras sugestões foram explanadas, como a extensão dos pré-requisitos da lei de calamidade pública aos setores de empresas atingidas, o que pode causar renúncias fiscais e alterações temporárias.

“Nosso objetivo é trazer mitigação para aqueles setores afetados, apresentamos todos os pleitos que estamos fazendo tanto para o governo federal quanto para o governo estadual e a Fiemg apresentou o grupo de medidas que a própria Fiemg vai implementar. Estamos aguardando resposta do governo federal, principalmente um posicionamento na defesa comercial. Vai ser necessário por parte do Brasil uma posição contundente de defesa comercial”, destaca Roscoe.

Sugestões indicadas pela Fiemg ao governo federal

  • Novas medidas comerciais e intensificação das medidas de antiduping para conter importações consideradas desleais.
  • Recolhimento de tributos, Reintegra, Trava Compensação.
  • Medidas Trabalhistas Alternativas.
  • Parcelamento de contas e flexibilização da demanda contratada no fornecimento de energia elétrica.
  • Suspensão de prazos de obrigações ambientais.

Redução de 30 mil empregos

A reunião também contou com algumas orientações e alertas. A Fiemg acredita que haja redução de 30 mil empregos em Minas nos próximos dois anos e, por isso, afirma que empresários não devem acreditar que a atual crise deve ser resolvida ou mitigada a curto prazo, mas, sim, em anos de medidas e negociações.

Roscoe sugeriu que empresas mineiras se aliem com empresas americanas que trabalham com produtores brasileiros, para incentivar que congressistas americanos façam pressão para aumentar a lista de exceção da tarifa. Entretanto, ele disse que não sejam procurados os democratas.

Na reunião foram apresentadas aos empresários sugestões ao governo estadual, que já tinham sido publicadas pela Fiemg no último dia 30 de julho.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.