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Empresário mineiro é alvo de operação da PF e tem carros de luxo apreendidos

Polícia Federal apreendeu 3 carros de luxo em imóvel em Nova Lima e quadros de pintores famosos e joias e relógios

O engenheiro e empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira, morador de um condomínio fechado em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi um dos alvos da Polícia Federal (PF) na operação Route 156, que investiga suposto esquema criminoso de direcionamento de licitações e desvio de recursos públicos federais vinculados a contratos de manutenção e recuperação da rodovia BR-156, no Estado do Amapá.

Segundo a PF, no cumprimento de mandado de busca, na cidade de Nova Lima, a PF apreendeu 3 veículos da marca Porshe, além de 13 quadros obras de arte de Guignard e Portinari, joias e relógios de luxo.

O alvo da operação em Nova Lima foi o empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira, ligado a uma construtora com sede na Região Centro-sul de BH, no bairro Santa Lúcia, a LCM Construção que acumula contratos com o governo federal.

Na casa dele, que fica em um condomínio fechado em Nova Lima, as margens da BR 356, a PF apreendeu os veículos, quadros e joias de luxo. Os quadros de artistas como Portinari e Guignard são avaliados entre R$ 5 milhões e R$ 15 milhões.

A reportagem da Itatiaia esteve nos endereços ligados ao empresário mineiro e que foram alvo da Polícia Federal, mas não conseguiu falar com Luiz Otávio Fontes Junqueira.

Em nota, a empresa afirma negar qualquer irregularidade nos procedimentos licitatórios. “A LCM Construção e Comércio S/A nega qualquer irregularidade nos procedimentos licitatórios que participou perante a Superintendência do DNIT do Amapá, bem como na execução dos contratos firmados com a referida autarquia. A empresa e seu diretor estão à inteira disposição das autoridades, confiando que os fatos sob investigação serão prontamente esclarecidos”, destaca.

Fraudes em licitações

A polícia suspeita que um grupo de empresários e engenheiros simulava a concorrência de licitações com propostas falsas e cláusulas abusivas em editais, e com isso, desviava de recursos públicos para empreiteiras.

Junqueira é conhecido das páginas do mundo político, e tem o nome vinculado a dezenas de empresas em todo o país, e suas empresas já disputaram licitações com empresas que foram envolvidas em diversos escândalos na Lava Jato, como a Camargo Correia e Odebrecht.

Junqueira já foi acusado pelo Ministério Público Federal em Tocantins e no Pará por chamados “prejuízos” em obras públicas, contratadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em construção de rodovia federal e até de hospital, neste caso a obra não estava ligada ao DNIT.

Em 2019 ele foi alvo da Operação Mão Dupla da Polícia Federal, que investigava possível fraudes em pagamentos e pavimentações de uma BR em Porto Velho, capital de Rondônia.

Operação mira suplente de Alcolumbre

Na operação desta terça-feira (22) da PF, a ação cumpriu busca e apreensão em outros estados. No Amapá, fizeram buscas relacionadas à Breno Chaves Pinto, que é suplente do senador Davi Alcolumbre (UNIÃO), presidente do Senado. Alcolumbre não é investigado.

Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, seis deles no Amapá, três em Minas Gerais, um em Mato Grosso do Sul e um no Amazonas. Os investigados tiveram bloqueio de bens e contas bancárias.

Procurado pela reportagem, o DNIT informou que as instâncias de integridade da autarquia também estão apurando os fatos a fim de adotar as medidas administrativas que forem necessárias. “O DNIT está em permanente contato com os órgãos de controle e reafirma que pauta sua atuação dentro da legalidade e lisura, respeitando todos os princípios éticos da administração pública”, diz o órgão.

A reportagem da Itatiaia tentou também contato com o suplente de Alcolumbre mas ainda não teve retorno.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.