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PF apreende carros de luxo, obras de arte e joias em Nova Lima durante operação contra fraudes na BR-156

Ação mira alvos no Amapá, mas teve mandados na Região Metropolitana de Belo Horizonte e também em Macapá; suplente de Davi Alcolumbre é um dos alvos

Três veículos da marca Porsche foram apreendidos em Nova Lima nesta terça-feira

Uma operação da Polícia Federal (PF) que mira contratos ilícitos na BR-156, no Amapá, resultou na apreensão de carros da marca Porsche, obras de arte e outros artigos de luxo em Nova Lima, na Região Metropolitana de Minas Gerais. Ao todo, foram recolhidos três veículos de alto padrão, além de joias, relógios de grife e 13 quadros de artistas renomados como Guignard e Portinari.

A ação faz parte da operação Route 156, realizada nesta terça-feira (22) pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU), para apurar um esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos relacionados à manutenção da rodovia federal. Os contratos investigados somam mais de R$ 60 milhões, sendo que R$ 32 milhões já foram pagos entre 2024 e 2025 com verbas da União.

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As investigações apontam que servidores do DNIT, em parceria com empresários, simulavam concorrência em pregões eletrônicos, usando empresas de fachada, cláusulas restritivas nos editais e propostas fictícias. A organização criminosa teria atuado de forma estruturada dentro da Superintendência Regional do DNIT no Amapá.

Entre os alvos da operação estão o superintendente do DNIT no estado, Marcello Vieira Linhares, e Breno Barbosa Chaves Pinto, segundo suplente do senador Davi Alcolumbre (União-AP). Ambos foram afastados cautelarmente de suas funções por decisão da Justiça Federal. Além de Minas Gerais, a PF cumpriu mandados no Amapá, Amazonas e Mato Grosso do Sul.

Durante uma das buscas em Macapá, os agentes apreenderam três pistolas, um fuzil calibre 5.56 e cerca de 250 munições. O investigado tem registro de CAC (caçador, atirador e colecionador), e a PF informou que iniciará o processo para cassação do registro.

Além das apreensões, houve bloqueio judicial de R$ 8 milhões em bens e valores, compatível com movimentações financeiras consideradas atípicas. Os envolvidos poderão responder por fraude à licitação, organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, prevaricação e violação de sigilo funcional.

Até o momento, o DNIT e os investigados não se pronunciaram sobre a operação.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio