Em resolução, PT ignora pré-candidatura de Flávio e escolhe Tarcisio como alvo

Petistas desconfiam se o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro sustentará nome até 2026

O senador Flávio Bolsonaro (esq.) e o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (esq), cotados para representar a direita em 2026

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou no último sábado (6) uma resolução com diretrizes para nortear a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com foco em defender o fim da escala 6x1 e a redução da jornada de trabalho, a adoção da tarifa zero no transporte público e o aumento da bancada petista no Senado.

Mesmo tendo anunciado sua pré-candidatura ao Planalto na última sexta-feira (5), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi ignorado no documento como um possível adversário de Lula.

Já o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), outro cotado para representar a direita em 2026, é mencionado como o principal articulador de uma tentativa de desestabilizar a relação do governo com o Congresso.

“Além do alinhamento global, setores da direita brasileira, especialmente governadores, vêm atuando para sabotar políticas do governo Lula, criando obstáculos à ação federativa em áreas estratégicas como segurança pública, infraestrutura, educação e políticas sociais. Entre eles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se destaca como principal interlocutor do projeto neoliberal e privatista, transformando São Paulo em laboratório da redução radical do papel do Estado, da entrega de bens públicos e do enfrentamento ideológico ao governo federal”, diz a resolução.

O trecho mostra que a pré-candidatura do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda é vista com desconfiança na cúpula do PT.

Segundo apurou a Itatiaia, há dúvidas no partido se o senador sustentará seu nome na disputa até o final ou se estaria buscando uma negociação com o Centrão em prol da anistia para seu pai, algo que o próprio parlamentar sinalizou no domingo.

Um petista relevante consultado pela reportagem avaliou que o momento favorece a formação de alianças regionais, sobretudo no Norte e Nordeste, onde integrantes do Centrão têm dificuldade de vincular suas imagens à família Bolsonaro por causa da forte base lulista.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

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