A saída do vice-governador Mateus Simões do Partido Novo,
A mudança de Simões tem como objetivo aumentar suas chances na corrida ao governo de Minas Gerais em 2026, já que o PSD tem uma base de prefeitos maior, mais tempo de televisão e mais recursos do fundo eleitoral.
Lideranças do Novo em Minas elogiaram a mudança e defenderam que a eleição de Simões representará a continuidade do atual governo. O próprio governador Romeu Zema elogiou a estratégia de seu vice, apesar de perder o correligionário.
Internamente e de forma sigilosa, no entanto, vários nomes do partido reclamam da decisão e sentem que a saída de Simões prejudica o Novo no único lugar em que a sigla tinha representatividade política: o Executivo do segundo maior colégio eleitoral do país.
Um dos integrantes do partido ouvido pela reportagem da Itatiaia, que pediu para não ser identificado, afirmou que a mudança “enterra o Novo em Minas”.
Desabafo interno
Outro nome de peso do Partido Novo que deixou claro a insatisfação com a saída de Simões foi o deputado Marcel Van Hattem, do Rio Grande do Sul.
O parlamentar enviou uma mensagem em um grupo do Novo deixando claro que não concordou com a mudança e disse que foi pego de surpresa com a decisão de Simões. Segundo ele, várias lideranças do sigla ficaram “vendidas” nesse caso.
“Se todos os estados fizerem o que Minas está fazendo, ou seja, colocando seu principal nome da disputa em outro partido para ‘vencer’ eleição, o Novo acaba. Simples assim”, escreveu Van Hattem, que classificou a mudança como “inexplicável”.
Cálculo eleitoral
Em mensagem aos correligionários do Novo, enviada no domingo (19),
“A minha eleição, em 2016, como o primeiro vereador do Novo em Minas Gerais, a vitória do governador Romeu Zema em 2018, o avanço em Joinville em 2020 e a nossa reeleição em 2022 são capítulos de uma mesma história, construída a quatro mãos junto com o governador Romeu Zema, da qual me orgulho de ter participado intensamente”, disse Simões.
O vice de Zema argumentou que a mudança para o PSD tem a intenção de unir os partidos de direita em Minas Gerais para evitar o retorno da esquerda ao Palácio Tiradentes.
“Agora, encerro essa etapa com gratidão e começo uma nova jornada. Nos próximos dias, me filiarei ao PSD, partido que em Minas representa a unificação necessária para garantir a sucessão do governador Romeu Zema e a continuidade do nosso projeto de transformação”, continuou.