Defesa de Bolsonaro protocola exames no STF para tentar manter prisão domiciliar

Advogados alegam quadro clínico grave e pedem substituição de eventual prisão por regime domiciliar humanitário

Bolsonaro conversa com seu advogado, Celso Sanchez Vilardi, durante julgamento no STF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou, nesta sexta-feira (21), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma série de exames e um relatório médico que, segundo os advogados, comprovam que o estado de saúde dele é grave e envolve múltiplas comorbidades.

O material foi protocolado com o objetivo de que, caso seja decretada a prisão de Bolsonaro, o início do cumprimento da pena em regime fechado seja substituído por prisão domiciliar de caráter humanitário.

De acordo com os documentos, Bolsonaro apresenta as seguintes comobirdades:

  • Doença aterosclerótica do coração;
  • Doença do refluxo gastroesofágico com esofagite;
  • Soluços incoercíveis;
  • Neoplasia maligna de pele;
  • Pneumonia bacteriana não especificada;
  • Apneia do sono;
  • Hérnia inguinal unilateral;
  • Anemia por deficiência de ferro.

Os exames e o relatório foram protocolados após a defesa do ex-presidente pedir a Moraes que, caso seja decretada a prisão do ex-presidente, que ele fique em regime domiciliar

A defesa argumenta que o ex-presidente enfrenta um “quadro clínico grave” e que as múltiplas enfermidades exigem cuidados contínuos incompatíveis com o regime fechado.

Os advogados afirmam ainda que a remoção do ex-presidente para uma unidade prisional representaria risco à sua vida.

Bolsonaro foi condenado em setembro a mais de 27 anos de prisão pelo processo da tentativa de golpe de Estado. A sentença prevê que o início do cumprimento da pena ocorra em regime fechado.

O caso, porém, ainda não transitou em julgado - não foi finalizado - e está na fase final de recursos, que deve ser concluída nos próximos dias.

Diante da possibilidade de decretação da prisão após o fim da fase recursal, a defesa decidiu se antecipar e pedir que Bolsonaro permaneça em prisão domiciliar.

Os advogados afirmam que reportagens na imprensa apontam a discussão sobre eventual custódia do ex-presidente em unidade prisional, razão pela qual optaram por protocolar o pedido preventivamente.

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto no âmbito de outro processo por descumprimento de determinações judiciais. Essa outra ação, investiga a tentativa de coação no caso da trama golpista.

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Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.

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