De acordo com Celso Sanchez Vilardi, advogado de Jair Bolsonaro, o julgamento é histórico, mas seu andamento comprometeu a investigação.
“Estamos diante de um julgamento histórico. Pela importância do tema, por envolver um ex-presidente, generais e tantas pessoas. Um processo que tem início, em relação ao ex-presidente, com base em uma delação e em uma minuta encontrada no celular de um colaborador da Justiça. Daí em diante, o que aconteceu com a investigação da PF e com a denúncia do MP é uma sucessão inacreditável de fatos. Foi achada uma minuta do
Para o advogado, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro mudou a versão de seus depoimentos durante a delação. “Ele (Mauro Cid) foi chamado para depor 11, 12, 15 ou 16 vezes. Em todas as 16 vezes ele mudou de versão diversas vezes. Não sou eu que estou dizendo, mas o Ministério Público e a Polícia Federal. No último relatório, de novembro, a acusação diz que ele tem inúmeras versões e alterações”, afirmou.
Vilardi também disse que a denúncia do Ministério Público não traz o envolvimento de Bolsonaro nos principais fatos investigados. “Não há uma única prova, vejo os advogados trazendo papéis, minutas, depoimentos. Não há uma única prova que atrele o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, a operação luneta e ao 8 de janeiro. Nem o delator, que eu acredito que mentiu, chegou a dizer que houve participação. Não há uma única prova”.
Julgamento na Primeira Turma
O advogado do ex-presidente ainda afirmou que o julgamento deveria ter sido levado ao Pleno do STF, e não se restringir à
“Sei que já está decidido, mas vale dizer que a competência não deveria ser da Suprema Corte. Houve um cerceamento (da defesa). Além disso, nós temos uma delação, que chamaram de uma jabuticaba, mas é muito mais grave. A delação, da forma como está sendo proposta, é algo que não existe nem aqui e nem em nenhum lugar do mundo. Estão tentando reconhecer uma parcial falsidade da delação e ainda assim fazer um aproveitamento dela diminuindo a pena”, afirmou.
“Uma omissão deve anular a condenação. Um processo difícil, porque chegamos aqui com uma carga de uma parte da população e desses ‘juristas’ tratando de uma condenação sem conhecer os autos”, criticou Vilardi.