Defesa de Bolsonaro cita ‘perplexidade’ com prisão preventiva e vai recorrer

Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro negam tentativa de fuga e defendem vigília de orações que foi convocada por Flávio Bolsonaro

Jair Bolsonaro e seus advogados em julgamento no STF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente neste sábado (22) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, disse que a decisão causa uma “profunda perplexidade” por estar baseada em uma vigília que foi convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL). Os advogados ainda negam o risco de fuga citado pelo magistrado, e afirmam que vão apresentar o recurso cabível.

“A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais”, disse a defesa de Bolsonaro em nota.

De acordo com Moraes, a vigília era um pretexto para uma tentativa de fuga. O magistrado também citou em sua decisão a suposta fuga do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ele também afirma que Bolsonaro violou o uso da tornozeleira eletrônica.

De acordo com informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, o ex-presidente tentou romper o equipamento por volta das 00h deste sábado. “A informação consta da intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse Moraes.

O ex-presidente foi levado para uma sala na superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal e vai passar por audiência de custódia às 12h deste domingo (23), por meio de videoconferência. Após o processo, ele pode ser solto ou continuar preso.

Cabe lembrar que essa prisão não se trata da pena da condenação por tentativa de golpe, no qual Bolsonaro recebeu 27 anos e três meses de prisão. É possível que ele fique na PF até segunda-feira (24), quando acaba o prazo dos recursos do julgamento do golpe.

Veja a nota na íntegra

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações.

A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais.

Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco.

A defesa vai apresentar o recurso cabível.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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