O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), criticou nesta quinta-feira (14) a proposta em tramitação na Câmara Municipal que estabelece a
“O problema não é ser contra ou ser a favor. O problema é quem vai pagar essa conta. Os números que foram apresentados para a gente não tem sustentação nenhuma, são números de planilha de Excel. Hoje falam em R$ 2 bilhões. R$ 2 bilhões é passado, já estamos em R$ 2,5 bilhões e vamos chegar R$ 3 bilhões por ano o custo do transporte público na capital dos mineiros”, declarou em entrevista à Itatiaia.
Damião participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o Marco Legal do Transporte Público Coletivo Urbano. Já aprovado no Senado, o texto estabelece diretrizes para modernizar o setor, com foco na sustentabilidade, acessibilidade e novas formas de financiamento.
Para o prefeito, uma eventual aprovação da proposta de tarifa zero também pode provocar uma fuga de empresários para cidades da região metropolitana.
“Se Belo Horizonte cobra essa taxa dele, em Contagem não cobra, em Betim não cobra, em Nova Lima não cobra, ele vai tirar o CNPJ dele e vai levar para outro lugar. Ele vai manter a sede dele na capital, do jeito que ele tem hoje, mas o CNPJ ele vai tirar”, argumentou.
Damião defendeu ainda que o governo federal passe a apoiar as prefeituras nos subsídios, o que evita uma elevação maior das tarifas para os usuários, mas com custos altos para os cofres públicos municipais.
“Em Belo Horizonte, se a gente não tem o subsídio de quase R$ 800 milhões por ano, a passagem não seria o preço que tem. A passagem seria o dobro do que tem. E nós temos que começar a discutir também a integração da região metropolitana. Por quê? Porque nós não podemos mais admitir um ônibus competindo com outro dentro da mesma cidade”, disse.