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CPI do INSS: Carlos Viana mira sindicatos e garante investigar esquerda e direita

Trabalhos da CPI do INSS começam na próxima terça-feira (26); rombo contra aposentados passa de R$ 6 bilhões

Senador Carlos Viana vai presidir a CPI do INSS

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) garantiu nesta sexta-feira (22), em entrevista exclusiva à Itatiaia, que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS vai trabalhar para apontar quem está por trás da fraude que causou prejuízo superior a R$ 6 bilhões com descontos indevidos nos salários de aposentados, entre 2019 e 2024. O senador mineiro foi eleito presidente da CPI e escolheu Alfredo Gaspar (União-AL) como relator, em uma derrota que surpreendeu o governo Lula.

“Nós temos o grupo que já estava todo organizado, um colega de Senado, um relator e eles, naturalmente, com as ligações que têm com a Casa e, principalmente, com o grupo do governo, dificilmente poderiam expor, por exemplo, toda a base de sindicatos. Quem está por trás dessa história dos descontos indevidos, quem ficou com o dinheiro, são as associações e sindicatos ligados aos partidos de esquerda no Brasil”, apontou Viana, que completou:

“Precisamos delimitar as responsabilidades, inclusive se temos nomes da direita. Tenho notícias de que, no final do governo anterior (Bolsonaro), por exemplo, diversas associações tiveram acesso a novos descontos e repasses. Então, nós vamos expor não somente aqueles que têm ligação com a esquerda, mas também os que têm ligação com a direita. A minha visão é de completa independência nessa investigação. E tenho conversado com o relator, que é membro do Ministério Público e conhece de investigação. Nosso objetivo principal é entregar ao país um relatório que tenha credibilidade.”

Viana explicou ainda que o relatório apontará como aconteceram os roubos, quem ficou com o dinheiro, para onde foram os recursos desviados e como evitar que o “INSS seja assaltado, como foi bilionariamente nesses últimos anos”.

Os trabalhos da CPI do INSS começam na próxima terça-feira (26). Viana enfatizou que a CPI não será um “palco” para disputas ideológicas ou partidárias, mas sim um ambiente focado em resultados. “Não vou permitir que a CPI se torne um palco para qualquer pessoa. Eu tenho a política como a área em que a gente dá resultados, e a CPI vai trabalhar nessa linha”, afirmou.

Conforme o senador, com o auxílio de dados da DataPrev, a comissão buscará esclarecer quantas pessoas tinham acesso aos cadastros dos aposentados e quantas autorizaram descontos, especialmente diante do problema de ligações para oferecer empréstimos consignados logo após a aposentadoria. Ele ainda destacou que, embora o foco inicial sejam as associações e sindicatos, a CPI pode expandir suas investigações para abranger descontos indevidos feitos por bancos e outras associações de crédito.

Quebra de sigilo

Além disso, Viana detalhou que medidas como a convocação de ex-ministros e presidentes do INSS e a quebra de sigilos serão tomadas. Os trabalhos terão apoio da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU). O senador Viana reiterou o compromisso com um relatório final que, de fato, identifique os responsáveis pelos desvios.

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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Kátia Pereira é jornalista formada pelo Uni-BH e tem especialização em História e Cultura Política pela UFMG. Está na Itatiaia desde 2002. Desde 2005 é titular do Jornal da Itatiaia 1ª Edição. Também apresenta o Jornal da Itatiaia Tarde, é editora e apresentadora do Palavra Aberta e apresenta conteúdo no canal da Itatiaia no Youtube. Recebeu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Âncora de Rádio. Tem passagens por Record TV Minas, Super Notícias/O Tempo e assessoria na Assembleia Legislativa
Eustáquio Ramos é repórter e apresentador da Itatiaia