A derrota do governo na instalação da CPMI do INSS gerou reação imediata no Planalto. Logo após a escolha do senador Carlos Viana (Podemos-MG) para presidir a comissão, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou uma reunião emergencial com líderes da base aliada e do PT nas duas Casas do Congresso.
O Planalto acreditava que teria o comando da investigação, que vai apurar descontos indevidos em aposentadorias, com a eleição do senador Omar Aziz (PSD-AM). Aziz era visto como um nome de confiança, já que presidiu a CPI da Covid em 2021. Mas a estratégia governista foi derrotada. Com 17 votos contra 14, a oposição garantiu não só a presidência para Viana, mas também a relatoria, entregue ao deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia tentado emplacar o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-PB) como relator, mas também saiu derrotado.
A reviravolta foi construída de forma discreta. Segundo Carlos Viana, a articulação partiu do PL, que sondou os membros da comissão e conseguiu consolidar uma maioria apenas horas antes da votação, após a retirada da candidatura de Eduardo Girão (Novo-CE).
Poucas horas depois da decisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu Hugo Motta em encontro reservado no Palácio da Alvorada. A reunião, que durou cerca de 30 minutos, não estava na agenda oficial.