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Brics divulga declaração da cúpula e condena ataques de Israel ao Irã

A postura do bloco sobre o conflito era ponto de polêmica já que o Irã faz parte do Brics, mas outros membros tem relações estreitas com Israel e Estados Unidos

Reunião de Cúpula dos Brics

A declaração geral da Cúpula do Brics foi divulgada, na tarde deste domingo (6), durante a reunião no Rio de Janeiro, e o bloco condenou os ataques de Israel ao Irã, país que faz parte do grupo. “Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Oriente Médio”, diz o documento.

Na carta, com 38 páginas e 126 tópicos, o bloco expressa preocupação com a segurança nuclear. “Expressamos ainda séria preocupação com os ataques deliberados contra infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob totais salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em violação ao direito internacional e a resoluções pertinentes da AIEA. As salvaguardas e a segurança nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em conflitos armados, para proteger as pessoas e o meio ambiente contra danos”, ressalta um dos trechos do documento.

O Irã vinha cobrando do bloco uma postura mais firme em relação ao conflito e esse foi um dos últimos pontos a carta a ser redigido. O líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, não compareceu à cúpula, mas enviou representante. Apesar de condernar os ataques, o documento não cita nominalmente Israel e Estados Unidos.

O bloco também reiterou posição sobre uma saída para conflito da Ucrânia, mas sem citar a Russia, que é membro do Brics. Vladimir Putin não compareceu ao evento. A carta ressalta mediação, mas não fala em responsabilidades e nem em posição de consenso. “Recordamos nossas posições nacionais em relação ao conflito na Ucrânia, expressas nos fóruns apropriados, incluindo o CSNU e a AGNU. Registramos com apreço as propostas relevantes de mediação e bons ofícios, incluindo a criação da Iniciativa Africana de Paz e do Grupo de Amigos para a Paz, voltadas para a resolução pacífica do onflito por meio do diálogo e da diplomacia. Esperamos que os esforços atuais conduzam a um acordo de paz sustentável”.

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.