A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) deve viver um dos dias mais movimentados do ano nesta quarta-feira (05). Deputados estaduais se reúnem para votar, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, que retira da Constituição mineira a exigência de um referendo popular para autorizar a privatização da Copasa.
Três reuniões estão marcadas para o plenário às 9h, 14h e 18h. A medida é considerada fundamental pelo governo Romeu Zema (Novo) para viabilizar a venda da companhia de saneamento, enquanto a oposição promete resistir à aprovação e, mais uma vez, tentar obstruir os trabalhos.
Assim como ocorreu na primeira votação, em outubro, o entorno do Legislativo deve ser tomado por manifestantes contrários à proposta. A expectativa é de que a votação avance até a noite.
O dia também será marcado por atos pelos 10 anos do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana. Milhares de pessoas são esperadas nos arredores do Palácio da Inconfidência para um ato do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) para recordar a data. O evento contará com a
Protestos contra a privatização da Copasa
A expectativa é de concentração já nas primeiras horas da manhã, na Praça Carlos Chagas, em frente à sede da ALMG.
O governo Zema defende a PEC 24 como um passo necessário para reduzir a dívida pública e atrair investimentos. O texto prevê que parte dos recursos obtidos com a eventual privatização seja usada para abater até 20% do endividamento do Estado e reduzir juros.
A oposição, por sua vez, afirma que o projeto retira do povo o direito de decidir sobre o destino de uma empresa estratégica e lucrativa.
Ato por Mariana
A movimentação na Assembleia também será marcada por um ato em memória dos dez anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, ocorrido em 5 de novembro de 2015. O evento é organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e contará com a presença do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL), que participa de sua primeira agenda oficial em Minas após assumir o cargo, e da ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo..
A manifestação está prevista para começar às 9h, na Praça da Assembleia, e deve reunir cerca de dois mil participantes, entre atingidos por Mariana e por Brumadinho, além de representantes de movimentos sociais.
Expectativa de clima tenso
Deputados da base e da oposição que conversaram com a Itatiaia reconhecem que o clima será tenso na ALMG. Na votação em primeiro turno,
A base governista afirma ter votos suficientes para garantir a aprovação — são necessários 48 votos favoráveis. Já a oposição deve repetir a estratégia de obstrução e promete discursos longos, tentativas de adiamento e protestos dentro e fora do plenário.