O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira (23) que apesar dos embates com o governo em 2025, o Congresso “não faltou” à gestão petista. A declaração foi dada ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a posse do novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano, no Palácio do Planalto.
“Encerro, presidente, as minhas palavras, dizendo e aqui olhando para os ministros presentes que não tivemos um ano fácil, foi um ano de muitos desafios, um ano de embates, mas um ano que o Congresso Nacional não faltou ao governo do senhor. Nós tivemos aprovações importantes que dão ao senhor a certeza de que o governo encerra o ano muito melhor do que o que iniciou”, declarou.
Motta mencionou como exemplo a aprovação do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, promessa de campanha de Lula, e a proposta que corta isenções tributárias federais em, no mínimo, 10%, medida que permitirá ao governo equilibrar as contas públicas em 2026.
“Então, presidente, agradeço ao senhor a parceria ao longo desse ano e entramos em 2026 na certeza de que essa nossa parceria, esse nosso diálogo, ele continuará sendo de maneira franca, verdadeira, transparente e colaborativa, porque todos que estão aqui têm compromisso com o país e nós temos a obrigação de entregar, principalmente para aquelas pessoas que mais precisam, um país melhor”, concluiu.
Ao longo do ano, a relação entre Motta e Lula passou por uma série de desgastes.
O mais ruidoso ocorreu após a decisão do presidente da Câmara indicar o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) – à época, secretário de Segurança Pública do governo de São Paulo, liderado pelo oposicionista Tarcisio de Freitas (Republicanos) – como relator do projeto de lei Antifacção. Motta foi criticado por integrantes do governo e chegou a anunciar o rompimento com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ).
Nas últimas semanas, o avanço da proposta que reduz as penas para condenados por crimes contra a democracia, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também ampliou a tensão entre o governo e a cúpula da Câmara.
Lula e Motta voltaram a se encontrar na semana passada, justamente após o presidente decidir nomear Gustavo Feliciano para o comando do Turismo. O novo ministro é aliado do chefe da Câmara na Paraíba, que disse ter sido um gesto de “sensibilidade política” do petista.