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Bolsonaro: prisão preventiva pode ser decretada hoje? Saiba os detalhes

Em semana tensa, Bolsonaro — e outros sete réus — enfrentam em setembro o julgamento no Supremo pela suposta tentativa de golpe de Estado em 2022

O julgamento de Bolsonaro e outros sete réus está marcado para o próximo mês no STF.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entra em uma semana decisiva para seu futuro político. A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem até esta segunda-feira (25) para avaliar os esclarecimentos dados pela defesa de Bolsonaro sobre possíveis descumprimentos de medidas cautelares.

A análise da PGR poderá determinar que o ex-presidente cumpra prisão preventiva em estabelecimento prisional.

Se assim for estabelecido pela PGR, a prisão não será caracterizada como cumprimento de pena, já que Bolsonaro não foi condenado, mas sim como uma medida cautelar penal, tomada durante o processo ou investigação.

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Além de Bolsonaro, o filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também aguarda os desdobramentos da PGR.

Uma das possibilidades é a apresentação de uma denúncia — uma acusação formal pelos crimes na Justiça, que pode se tornar uma ação penal e tornar pai e filho réus. Se decidir acusar formalmente Bolsonaro e Eduardo no Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR não precisa seguir rigidamente as conclusões do relatório da Polícia Federal (PF).

Para os investigadores da PF, o ex-presidente e o deputado federal atuaram nos bastidores para “coagir” autoridades do Poder Judiciário, responsáveis pela ação penal em que Bolsonaro é réu no STF pela suposta tentativa de golpe de Estado.

Além de denunciar o ex-presidente e o filho, a PGR pode pedir mais informações à Polícia Federal ou ainda arquivar o processo.

Julgamento no Supremo

Esta semana também marca a preparação para o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus do chamado “núcleo crucial” do suposto golpe, marcado para setembro no STF.

Cinco ministros que compõem a Primeira Turma da Corte irão decidir o futuro do grupo, que inclui membros do alto escalão do governo Bolsonaro.

O rito das oito sessões, marcadas pelo presidente do STF, ministro Cristiano Zanin, está previsto para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

Dinâmica do julgamento

A primeira sessão, no dia 2, será aberta com a leitura do relatório pelo ministro relator, Alexandre de Moraes. O documento fornecerá um panorama abrangente das provas reunidas e produzidas ao longo do processo.

Na sequência, os ministros irão ouvir o procurador-geral da República, Paulo Gonet, seguido dos advogados de defesa dos réus.

São réus do núcleo crucial da suposta trama golpista:

  • Jair Bolsonaro;
  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.