Dorival Knippel, o Yustrich, foi um dos personagens mais polêmicos da história do futebol brasileiro. E grande parte da sua trajetória foi vivida no futebol mineiro, já como treinador, depois de os tempos de jogador como goleiro no Rio de Janeiro, principalmente no Flamengo, onde venceu por duas vezes o Campeonato Carioca, com destaque para o título de 1942 que abriu um tricampeonato do clube.
De personalidade forte, disciplinador, ele não aceitava a indisciplina de seus atletas, mas também os defendia como ninguém, principalmente no que se referia à estrutura de trabalho e acomodações.
Isso fez com que ele colecionasse desafetos e ganhasse o apelido de Homão, título da sua biografia escrita pelo jornalista gaúcho José Luís Costa. O lançamento do livro, junto de uma sessão de autógrafos do autor, será realizado nesta quinta-feira (21), às 18h (de Brasília), no Restaurante Esquina Santê, na Rua Silvianópolis, 464, Santa Tereza, em Belo Horizonte.
O livro também terá uma sessão de autógrafos no Rio de Janeiro. Na sexta-feira (23), às 18h, José Luís estará no Bar Bigorilho, na Rua Ataulfo Paiva 814, no bairro Lebon, no Rio de Janeiro.
Para contar a história de Yustrich, José Luís Costa entrevistou mais de 200 pessoas entre ex-jogadores, dirigentes, integrantes de comissões técnicas e jornalistas em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e até Portugal, pois Dorival Knippel dirigiu o Porto na segunda metade dos anos 1950.
Histórias
Grandes momentos da história do futebol mineiro têm a participação marcante do treinador Yustrich. Em 1952, ele conquista com o Atlético o primeiro título estadual do clube na chamada Era Independência e que foi o ponto de partida não só para o primeiro tri, mas para o primeiro penta da história alvinegra.
Ainda na Era do Horto, ele comanda o Siderúrgica, de Sabará, no título de 1964, o último antes da inauguração do Mineirão, encerrando um jejum de 13 anos sem que o interior levantasse a taça em Minas.
Já no Gigante da Pampulha, era ele o treinador do Atlético na histórica vitória de 2 a 1 sobre a Seleção Brasileira, em 3 de setembro de 1969, apenas três dias depois de as Feras do Saldanha garantirem vaga na Copa do Mundo de 1970, no México.
Aliás, nesta partida, Yustrich teve do outro lado um dos seus maiores desafetos, o jornalista e treinador João Saldanha, numa rivalidade que tem episódios marcantes relatados no livro.
Já no final da carreira, Yustrich pegou um desacreditado Cruzeiro, que vivia o final de uma grande geração, que tinha dominado o futebol mineiro naquela década, brilhando ainda em termos nacionais e internacionais, e fez história na conquista do título mineiro de 1977, em cima de um favorito Atlético, que sucumbiu diante da grande entrega da equipe comandada pelo Homão.
Mas no Cruzeiro nem só de conquistas viveu Yustrich. Em 1972, Tostão deixou o clube após ele ser contratado. Dez anos depois foi a vez de Nelinho deixar a Toca da Raposa com a chegada do Homão.
O Homão é sem dúvida leitura obrigatória para quem gosta e pretende se aprofundar na história do futebol mineiro.