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Após sancionar reajuste em taxa de cartórios em mais de 200%, Zema critica Lula por aumento de impostos

Governador afirma que PT asfixia quem trabalha no Brasil, mas recebeu críticas pela sanção de projeto que aumenta taxa de cartórios em Minas

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema

O governador Romeu Zema (Novo) usou suas redes sociais neste domingo (15) para criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por aumentar impostos como forma de aumentar a arrecadação. Zema, no entanto, também enfrenta críticas de adversários que questionam a sanção da lei que aumentou em 266% as taxas cartoriais no estado.

Na semana passada, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) disparou contra Zema e contra o partido Novo, classificando o aumento das taxas cartoriais em MG como “roubo legalizado”.

“Não estou entendendo até agora como é que o governador conseguiu sancionar essa lei, logo o governador que é de um partido liberal, o Partido Novo, que fala tanto de diminuir taxa e imposto para a população mineira pagar. Isso aí foi um dos maiores roubos legalizados que eu já vi na vida no Estado de Minas Gerais”, afirmou Cleitinho.

O projeto foi elaborado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e foi aprovado no final de 2024 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com voto favorável de 54 dos 77 deputados estaduais. Zema sancionou o texto sem vetos.

Veja mais: Nova lei aumenta em até 500% taxas de cartório para transferir imóveis em Minas: ‘injusto’, diz advogado

O senador afirmou que vai acionar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que o órgão notifique o Tribunal de Justiça de Minas. Cleitinho citou casos em que documentos do programa Minha Casa, Minha Vida podem saltar para R$ 7 mil, e registros de imóveis de alto valor, para R$ 200 mil. Ele defendeu que poucos se beneficiam do aumento, como donos de cartórios, enquanto a maioria da população é prejudicada.

‘Cansado de pagar impostos’

Em sua crítica ao governo Lula, Zema afirmou que governo petista está “asfixiando quem trabalha” e pediu que o Congresso derrube os aumentos propostos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

“Você está cansado de tanto trabalhar para pagar imposto né? Mas eu tenho que te avisar. Enquanto você está aí distraído, o governo do Lula, da Janja e do Haddad, está preparando mais aumento de imposto para você. Em 30 segundos, vou te mostrar quais: Imposto de Renda sobre quem poupa, 17,5% sobre a pessoa que tenta guardar dinheiro para o futuro. Até o pequeno poupador vai pagar mais. LCI e LCA, antes isentos, agora com 5% de imposto. Você sabe o que é isso? Essas aplicações são usadas por quem financia a casa própria e por quem sustenta o agro, que é a força que move o Brasil. E agora o governo quer taxar até isso. Sufoca quem move a economia”, afirmou Zema.

“Esse sufoco não é de hoje, a história mostra que muitas independências e revoluções começaram por causa de impostos injustos. E o que o PT está fazendo agora é asfixiar quem trabalha, quem empreende, quem quer tocar a vida. Por isso, o Congresso precisa reagir. Essas medidas têm que ser derrubadas. Chega de tirar mais de quem dá tudo para manter esse país funcionando”, finalizou o governador.

Recuo de aumento no ICMS

Em abril, quando entrou em vigor um reajuste no Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre compras internacionais, que passaria de 17% para 20% em Minas Gerais, Zema recebeu várias críticas e cobranças e recuou da medida.

O governador afirmou que o aumento havia sido combinado entre os secretários de Fazenda dos estados como uma forma de proteger a indústria nacional. No entanto, como vários decidiram por não aumentar, ele decidiu revogar o aumento no estado.

“O Governo de Minas não aumentará o ICMS sobre importados. A medida é um combinado de todos os Estados para proteger a indústria nacional. Porém, como nem todos concluíram o ajuste, Minas optou por não aumentar”, escreveu Zema em suas redes.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.