Apoiadores de Bolsonaro fazem vigília em Brasília após prisão do ex-presidente

Ato convocado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi citado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no pedido de prisão preventiva

O número de participantes ainda não foi divulgado pelas autoridades nem pelos organizadores

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram na noite deste sábado (22), no balão do Jardim Botânico, na altura do condomínio Solar de Brasília 2, na capital federal. O ato, convocado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ocorre horas após a prisão de Jair Bolsonaro, durante a manhã.

A vigília reúne apoiadores e os filhos do ex-presidente — Carlos Bolsonaro e Flávio Bolsonaro —, além da deputada federal Bia Kicis (PL-DF). A manifestação conta com um carro de som, que tem uma faixa erguida com a frase: “Volta Bolsonaro”.

O ato começou por volta das 19h, conforme convite feito pelo senador Flávio Bolsonaro. O número de participantes ainda não foi divulgado pelas autoridades nem pelos organizadores.

A prisão de Bolsonaro

Conforme a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão preventiva foi decretada após o ex-presidente descumprir as medidas cautelares da prisão domiciliar. O despacho afirma que a vigília em frente ao condomínio da casa de Jair Bolsonaro era um pretexto para causar desordem pública e facilitar uma fuga.

Outro ponto apresentado foi a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica utilizada pelo ex-presidente. Um vídeo divulgado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal na tarde deste sábado (22) mostra a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro com “sinais claros e importantes de avaria. Havia marcas de queimadura em toda a sua circunferência, no local do encaixe/fechamento do case”.

Durante a gravação do vídeo, o ex-presidente foi questionado sobre as avarias. Bolsonaro disse que havia utilizado um ferro de solda na tentativa de violar o equipamento. A ação começou no fim da tarde de sexta-feira (21) e se estendeu até a madrugada de sábado (22). “Meti um ferro quente aí. Por curiosidade”, disse Bolsonaro no vídeo.

De acordo com informações do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, o ex-presidente tentou romper a tornozeleira eletrônica por volta das 00h deste sábado (22). “A informação consta da intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse Moraes.

Cabe lembrar que essa prisão não se trata da pena da condenação por tentativa de golpe, na qual Bolsonaro recebeu 27 anos e três meses de prisão. É possível que ele permaneça na PF até segunda-feira (24), quando se encerra o prazo para os recursos do julgamento do golpe.

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que recebeu a decisão com “profunda perplexidade” e que vai recorrer. Os advogados também tentaram que a condenação em regime fechado pela tentativa de golpe fosse revertida em prisão domiciliar, mas o pedido foi negado por Moraes.

“Apesar de afirmar a existência de gravíssimos indícios da eventual fuga, o fato é que o ex-presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado, e sua prisão pode colocar sua vida em risco”, disseram os advogados.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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