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O ex-subsecretário sofreu um mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Sisamnes, deflagada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (28). Durante as investigações, a PF descobriu a existência de uma organização criminosa responsável pela prática de crimes como espionagem e homicídios por encomenda. O grupo se autodenominava como “Comando de Caça aos Comunistas, Criminosos e Corruptos”.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), são cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, quatro mandados de monitoramento eletrônico, seis mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas. Ainda foram determinadas medidas cautelares como recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato e saída do país, incluindo recolhimento de passaportes dos investigados.
Em nota, a defesa de Caçadini informa que está acompanhando de perto as diligências realizadas contra o coronel e demais pessoas representadas pelo escritório Sarah Quinetti Advocacia Criminal.
“Ressaltamos que, até o momento, não foi encontrado qualquer elemento ilícito relacionado aos acusados nas buscas realizadas na capital mineira. Reiteramos nossa confiança nas instituições brasileiras e no trabalho responsável das autoridades competentes, bem como reafirmamos nossa convicção na inocência dos nossos constituídos”, declara a defesa.
Caçadini foi nomeado subsecretário de Integração de Segurança Pública de Minas Gerais em janeiro de 2019, primeiro ano do governo de Romeu Zema (Novo). Em setembro do mesmo ano, ele pediu para ser exonerado. Em 2022, o coronel recebeu o título de Cidadão Honorária pela Câmara Municipal de Belo Horizonte.
O crime
Roberto Zampieri, de 57 anos, foi executado com pelo menos 10 tiros em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, em 5 de dezembro de 2023. A imprensa local informou à época que a rua em que ele trabalhava é uma das mais movimentadas do bairro e fica próximo a uma base da Polícia Militar. Câmeras de segurança registraram o momento em que um homem se aproxima do carro do advogado e efetuou os tiros.
O coronel Caçadini chegou a ser preso suspeito de ser o financiador do crime, mas foi solto e responde em liberdade. Outros dois homens suspeitos de serem os responsáveis pela execução do advogado foram presos em Minas Gerais em 20 de dezembro daquele ano.
O responsável pelos disparos foi detido em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, enquanto a mandante foi presa em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. O motivo do crime seria uma disputa judicial por uma fazenda no Mato Grosso, em que Zampieri foi advogado de uma das partes.