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Saiba o que rapper Djonga foi fazer em uma audiência pública na Câmara de BH

Audiência reuniu artistas e representantes de movimentos de vilas e favelas da capital mineira

Rapper Djonga participou de audiência pública na Câmara de BH, na manhã desta terça-feira (27)

O rapper Djonga participou, na manhã desta terça-feira (27), de uma audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) para discutir projetos de lei que tramitam na Casa e que “promovem a criminalização do funk”, como, por exemplo, o texto conhecido como “ Lei Anti-Oruam”.

Djonga fez parte da Mesa Diretora que presidiu a audiência pública, ao lado das vereadoras do PSOL, Iza Lourença e Juhlia Santos, e do vereador Pedro Patrus (PT).

“Eu vim aqui para apoiar, como qualquer pessoa, vim para assistir. Enquanto estava vendo geral falar, comecei a pensar e ver algumas coisas. Como chegamos nisso? Como essas pessoas chegaram ao poder? Como elas querem votar essas leis? Essa realidade que está longe de ser a nossa. Como nós deixamos essa galera chegar aí? Em lembro que lá em 2018 e em 2022 muitos de nós dando voz para essa galera. Muitas vezes apoiado em questões religiosas. Quando nossos amigos falavam sobre isso, como nós reagimos?”, questionou o rapper, sem citar os autores dos projetos.

“E temos que pensar também como nós, do campo progressista, nos afastamos das pessoas. Como nós paramos de ouvir as pessoas. Esse distanciamento causou esse cenário que estamos vendo agora. Ninguém quer que acabe o funk, ninguém quer que acabe o rap. E nós artistas não podemos ter medo de desagradar algumas pessoas, que não podemos perder seguidores. O funk e o rap são expressões culturais. Quem vai decidir o que é apologia e o que não é? Quem vai decidir isso?”, avaliou Djonga.

Várias artistas e integrantes do movimento hip-hop e de associações de vilas e favelas participaram do evento.

A audiência na Câmara de BH tem objetivo de discutir dois projetos de lei que têm objetivo de proibir a contratação, com recursos públicos, de shows, artistas e eventos que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas.

Os parlamentares que convocaram a audiência classificam as propostas como “ataques frontais à cultura de BH, em especial à produção dos funks no estilo ‘ MTG’ e à cena nacional do hip-hop”.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.