A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público (MPSP) e tornou o
Na decisão desta terça-feira (20), a juíza Rafaela D’Assumpção afirma que a investigação da polícia que acompanha a denúncia do MP tem elementos suficientes para ser instalado um processo criminal contra
No documento, a magistrada também cita o inquérito policial aberto do caso para tornar Marçal réu pela tentativa de homicídio privilegiado — quando a prática do ato é atenuada por ser praticada sob fortes emoções.
O influenciador foi denunciado com base no artigo 132 do
Segundo a denúncia do MPSP, Marçal teria desprezado a “contraindicação dos guias” e promovido a subida ao Pico dos Marins mesmo com advertências para recuar. Ainda de acordo com o Ministério Público, o objetivo do influenciador seria mostrar a importância da superação de riscos para “vencer” na vida.
A defesa do influenciador disse, em nota, que a decisão da Justiça “segue o rito processual regular”. Segundo o advogado Tassio Renam, foi proposto um acordo de não repercussão penal, que previa o reconhecimento de responsabilidade pela organização da caminhada, mas que, no entanto, não seria condizente “com a verdade”. “Esse acordo foi recusado por nossa parte, uma vez que não há qualquer materialidade ou prova que aponte Pablo Marçal como organizador da caminhada ou responsável pelo evento”, diz.
Escalada foi exibida nas redes sociais
Na época, Marçal liderou um grupo de pessoas, sem experiência, em uma subida em um dos pontos mais altos do estado de São Paulo.
Segundo o MP, Marçal e os seguidores saíram da base do Pico dos Marins em grupos separados, encarando chuva, neblina, vento forte e pouca visibilidade.
Marçal teria sido o responsável por orientar o grupo sobre os próximos passos. O documento diz ainda que um dos guias contratados alertou que era “inviável” prosseguir devido às condições climáticas, mas foi chamado de “covarde” pelo influenciador.
Alguns seguires desistiram de chegar ao topo, mas 32 pessoas continuaram subindo. Na madrugada do dia 5 de janeiro, no entanto, um deles pediu socorro e conseguiu contato via rádio com o guia contratado por Marçal.
O Corpo de Bombeiros então foi acionado e, depois de duas horas de caminhada, encontrou o primeiro grupo, de 14 pessoas.
De acordo com o Ministério Público, eles não estavam acompanhados de um profissional e não usavam roupas adequadas para fazer o trajeto, além de estarem psicologicamente abalados.
Na internet, Marçal registrou todo o percurso, chegando a fazer uma oração para que Deus parasse o vento.
Ele mostrou os seguidores relatando frio e cansaço, enquanto falava que a subida era uma “chance de crescimento”.
O pico tem 2,4 mil metros de altitude, sendo o quarto maior do estado de São Paulo. A escalada, ida e volta, acompanhada de um guia profissional, tem tempo estimado de sete a oito horas.