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Projeto de lei que torna BH a ‘capital do bitcoin’ é aprovado em primeiro turno na Câmara; entenda

Proposta motivou discussões entre vereadores de direita e esquerda

Bitcoin

Em sessão tumultuada, com bate-boca entre vereadores, a quarta-feira (7) na Câmara Municipal terminou com a aprovação, em primeiro turno, de um projeto de lei que torna Belo Horizonte ‘a capital do bitcoin’. A proposta, de autoria do vereador Vile (PL), tem como objetivo estimular a adoção da criptomoeda, além de tornar BH um polo de inovações no ramo de moedas digitais.

Vile diz que é preciso estimular o uso do bitcoin. “O bitcoin é o principal ativo digital hoje no mundo, uma reserva financeira, e eu acredito que a gente tem que trazer essa inovação para dentro de Belo Horizonte, de estimular comércio, estimular as pessoas a poder utilizar isso aqui dentro da nossa capital. A gente precisa fazer de Belo Horizonte um polo tecnológico, a gente precisa trazer isso para dentro da nossa capital”, disse o autor da proposta.

Durante as discussões, vereadores da esquerda questionaram o projeto, incluindo o vereador Pedrou Rousseff (PT), sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Banco Brics. Já o vereador Pablo Almeida (PL) criticou Dilma e o sobrenome Rousseff para rebater as críticas do colega de Câmara.

Pedro retrucou criticando a bancada bolsonarista, e, daí em diante, boa parte da reunião foi usada para debater sobre Lula e Jair Bolsonaro. Ao final, o projeto acabou sendo aprovado com placar apertado: 20 votos sim, oito não, e seis abstenções, além de sete vereadores que não votaram.

A vereadora Luiza Dulci (PT), contrária ao projeto, justificou seu voto lembrando que o bitcoin ainda não foi regulamentado pelo Banco Central (BC).

“Estou vendo algumas preocupações pelo fato de o bitcoin ainda não ser devidamente regulamentado pelo Banco Central. Me parece precipitado que a Câmara passe esse sinal para a população da cidade, porque a gente já viu casos, em outros países e também aqui, no Brasil, de pessoas que entram nesse tipo de movimentação econômica e acabam perdendo muito dinheiro. Então, é um ambiente extremamente arriscado”, argumentou Luiza.

O projeto agora vai tramitar em comissões antes de ser votado em segundo turno.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.