Após promoverem manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizam nesta quarta-feira (7), em Brasília, um novo ato em defesa da anistia dos presos pelos ataques de 8 de Janeiro de 2023 - data em que às sedes dos Três Poderes foram depredadas por apoiadores de Bolsonaro.
Convocada pelo pastor Silas Malafaia, a nova manifestação bolsonarista em Brasília promete ser antagônica ao violento movimento que resultou em depredações e prisões em 2023. Batizada de “Caminhada Pacífica pela Anistia Humanitária”, a manifestação pretende reunir apoiadores a partir das 16h, com concentração na Funarte e deslocamento até a Esplanada dos Ministérios.
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A manifestação marca uma tentativa do núcleo bolsonarista de reocupar as ruas com um discurso de “perseguição política” e humanização dos envolvidos nos atos golpistas. Diferente de protestos anteriores em São Paulo e no Rio, a estratégia agora é apostar em maior proximidade com o público, que será menor: haverá um único trio elétrico, e deputados e lideranças - que devem comparecer em peso - devem circular entre os manifestantes, sem isolamento em palanques.
Entre os nomes confirmados na manifestação estão o de aliados como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Marco Feliciano (PL-SP) e os senadores como Damares Alves (PL-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE).
Nos bastidores, a mobilização é vista por interlocutores como um teste de força simbólica, em meio ao cerco jurídico ao ex-presidente e seus aliados. Bolsonaro,
Como será a segurança?
A segurança será reforçada pela Polícia Militar do Distrito Federal. Três faixas do Eixo Monumental serão destinadas ao ato — duas para manifestantes e uma para uso exclusivo das forças de segurança. Grades de contenção já foram instaladas na Avenida José Sarney, onde o grupo deve se reunir antes de seguir para a Esplanada.
O STF informou que manterá sua programação normal de julgamentos. A Corte declarou estar em “diálogo com as instituições de segurança pública do Distrito Federal” e que medidas adicionais foram adotadas para proteger suas instalações.
O ato ocorre em meio à expectativa de novos desdobramentos das investigações que envolvem o entorno de Bolsonaro, e é visto como tentativa de pressionar politicamente por uma saída negociada para os condenados do 8 de Janeiro, uma vez que o projeto que anistia os condenados pelos ataques enfrenta forte resistência no Congresso, no Executivo e no Judiciário.