Apesar de defender a derrubada dos
vetos do presidente Lula (PT) ao
Programa de Pagamento das Dívidas dos Estados com a União (Propag), o deputado mineiro
Pedro Aihara (PRD) acredita que Minas Gerais deve aderir ao Propag.
Em entrevista à Itatiaia, no
novo estúdio Aparecida Ferreira, em Brasília, o parlamentar afirmou que “nenhum projeto é perfeito” e que, em comparação ao
Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o Propag representa um “avanço muito importante” para o estado. “Com o Propag funcionando, mesmo com a manutenção dos vetos, teremos uma alternativa viável para que o nosso funcionalismo público não seja prejudicado”, disse.
De acordo com o deputado, os servidores públicos estão “pagando a conta” das dívidas do estado, já que, segundo ele, estão “há um bom tempo sem recomposições salariais adequadas”.
Mobilização para derrubar vetos
Segundo Aihara, há um movimento de “sensibilização” para que os
vetos do presidente Lula ao projeto sejam derrubados. “A minha emenda, por exemplo, é uma que autoriza a redução da dívida em relação a algumas cooperações entre entes federados, a exemplo do que aconteceu no
Rio Grande do Sul e em outros momentos em que as nossas instituições estaduais [de Minas] apoiaram outros estados. É uma possibilidade interessante”, declarou.
Propag é ‘irrecusável’ para Zema, diz governo federal
Nesta quarta-feira (23), o
vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) avaliou, em entrevista exclusiva à Itatiaia, que a
adesão de Minas ao Propag é “irrecusável”. Para ele, o presidente Lula foi generoso com os governos estaduais, apesar das críticas de alguns governadores, e deu aval a uma proposta “de pai para filho”.
Romeu Zema (Novo) foi um dos chefes de Estado que se posicionaram contra os vetos de Lula.
Ele chegou a declarar que o estado mineiro não iria aderir ao Propag caso os vetos não fossem derrubados, mas foi rapidamente corrigido pelo
vice-governador Matheus Simões (Novo), que afirmou que a adesão irá sim acontecer.
O tema gerou
troca de farpas entre o governo estadual e o alto escalão do governo federal, incluindo o próprio presidente Lula, além dos ministros
Fernando Haddad (PT) e
Rui Costa (PT).
“
Agora, o presidente Lula, por meio do Propag, fez algo que ninguém imaginava: pode haver IPCA mais 0%. Isso é de pai para filho. Na realidade, o benefício para estados com maior endividamento e dificuldade, como Minas, Rio e Rio Grande do Sul, é altamente vantajoso. Nunca vi você não pagar juros. É impressionante. Esse plano é feito de irmão para irmão. Claro que o governador vai aceitar. O que você escolheria? Pagar 4% de juros ou 0%? O governo federal, para captar recursos, paga a taxa Selic. Se houve um gesto generoso, foi esse gesto do presidente Lula”.
— declarou Alckmin à Itatiaia.