O novo presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM),
“De tudo que o brasileiro paga de imposto, uma parte muito pequena fica com os municípios, estamos falando de 10% talvez um pouco mais. A União fica com muito dinheiro, o governo federal fica com 70% e o restante com os estados”, iniciou.
O presidente da AMM afirmou ainda que as atribuições municipais têm sido cada vez maiores e disse considerar injusto que prefeituras paguem contas dos governos estaduais e federais, mesmo com uma parcela menor da arrecadação.
“Hoje pagamos despesas de órgãos estaduais e federais. Isso não faz sentido nenhum. O dinheiro está todo aqui no governo do estado, em BH ou Brasília, e ainda temos que ceder funcionário, pagar convênio, despesas de órgãos estaduais e federais. Nossas atribuições só aumentam e o recurso não acompanha”.
Reforma tributária
Falcão também disse que o projeto de Reforma Tributária discutido no Congresso Nacional é uma ‘incógnita’. Para o presidente da AMM, os municípios precisam ter maior envolvimento nas conversas.
“O Congresso aprovou aquela proposta sem debatê-la adequadamente. Os municípios participaram muito pouco da discussão. Sabemos que não vamos fazer milagre, não vamos virar tudo de cabeça para baixo. Mas luta não vai faltar. Temos um trabalho aguerrido, e nossa eleição mostrou que nós sabemos agregar. Trabalhamos sem uma grande estrutura e conseguimos unir centenas de prefeitos de Minas Gerais, o que é possível fazer também com outras associações do Brasil para que a gente tenha avanços nessa situação”.
O prefeito afirmou ainda que os prefeitos, muitas vezes, são responsabilizados por problemas que são de outras esferas.
“O trabalho de um prefeito é muito ingrato porque você é cobrado por tudo. As pessoas não sabem que a segurança pública é dever do governo do estado pela constituição federal. Cobram o prefeito. Se não tem emprego a culpa é do prefeito. Se a estrada é estadual ou federal, o político mais perto da população para ser cobrado é o prefeito. As pessoas batem muito na porta do prefeito e a nossa ansiedade é tamanha que nós temos que fazer malabarismo para dar conta de fazer o que precisa e nunca é suficiente pelos recursos que temos”.