O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Luís Eduardo Falcão, criticou, em entrevista ao programa ‘Rádio Vivo’, da Itatiaia, nesta quinta-feira (10), a falta de envolvimento dos municípios nas discussões do acordo de Mariana. Segundo Falcão, que também é prefeito de Patos de Minas, poucas reuniões foram realizadas com o envolvimento das cidades atingidas.
“O acordo está sacramentado pelo governo federal, já que é um problema interestadual. Em parte este problema aconteceu pela falta de envolvimento dos municípios. Fui vice-presidente da AMM nesta gestão que vai se encerrar agora e não houve uma reunião sequer para tratar do assunto”, criticou.
Luís Eduardo Falcão ainda comparou a assinatura dos acordos de Mariana e Brumadinho e disse que entende que os municípios diretamente afetados pela tragédia devem receber a maior parte dos recursos. No entanto, a distribuição deve ser feita pensando na economia de todo o estado, que foi prejudicada.
“No acordo de Brumadinho, houve mobilização, a AMM entrou, a Assembleia entrou e colocou os mecanismos na legislação para que cada município recebesse recursos. É lógico que os municípios diretamente afetados têm que receber muito mais. Porém a economia dos estados foi afetada e por consequência a economia dos municípios também. A arrecadação do estado como todo. Em que pese o agronegócio ter passado a mineração no PIB do estado, a mineração ainda é muito importante para Minas Gerais. Quando tem um desastre dessa proporção o estado todo é afetado e os municípios todos ficarão no prejuízo”, afirmou.
Por fim, o presidente da AMM lembrou que o caso segue na justiça, o que pode adiar ainda mais uma decisão definitiva. “Considero uma injustiça muito grande essa falta de diálogo e canais com todos para que todos possam receber. Depois que a vaca foi pro brejo a AMM entrou na justiça contra o acordo e a gente sabe como funciona a justiça no Brasil. Pode demorar muitos e muitos anos e pode não dar em nada”, finalizou o prefeito.