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Rodoanel: Justiça autoriza retorno de Contagem à ação que questiona impactos em comunidades quilombolas

Em novembro do ano passado, o estado de Minas Gerais, havia conseguido que o município fosse retirado da ação movida pela Federação dos Quilombolas

A decisão foi dada na terça-feira (8).

A 3ª turma do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), em Belo Horizonte, aprovou, por unanimidade, o retorno da participação da prefeitura de Contagem na ação civil movida pela Federação dos Quilombolas, em defesa das comunidades impactadas pela construção do Rodoanel Metropolitano.

Na primeira decisão, em novembro de 2024, o governo de Minas Gerais havia pedido à Justiça que o município fosse retirado da ação, o que foi revertido por decisão do TRF6 na última terça-feira (8).

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A ação civil pública — que tem como réus o estado mineiro, a empresa vencedora da licitação, Rodoanel S/A, e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) — questiona o início do licenciamento ambiental para a obra do Rodoanel sem a participação e escuta das comunidades tradicionais, em especial o quilombo dos Arturos, que serão afetadas pelo projeto.

De acordo com o Superintendente de Políticas para a Igualdade Racial de Contagem, João Pio, a decisão representa um movimento “fundamental” para que a discussão ganhe força e participe do “processo de luta” contra o Rodoanel. “Abre um espaço para discutirmos o papel que os municípios desempenham na garantia dos direitos das comunidades quilombolas, tradicionais, dos povos originais”, afirmou.

A decisão reconhece que, ao contrário do que era justificado pelo Estado, a cidade tem interesse “jurídico” na ação, não só porque as comunidades quilombolas estão dentro dos limites de Contagem, mas também por ter “atribuição de identificar e delimitar a área ocupada pelas comunidades, resguardar a identidade territorial e possuir competência constitucional de estabelecer mecanismos de proteção histórico-cultural” desses povos.

Rodoanel Metropolitano

O Rodoanel Metropolitano de BH será uma estrada de 100 quilômetros que vai interligar 11 cidades: Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Contagem, Betim, Belo Horizonte, Ibirité e Nova Lima. A ideia é ‘desafogar’ o trânsito do Anel Rodoviário.

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