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Ação do MPF questiona irregularidades no projeto do Rodoanel Metropolitano de BH

O Ministério Público Federal acionou a justiça pedindo que o Estado de Minas Gerais assuma a consulta prévia aos povos e comunidades tradicionais afetadas pelas obras

Veja o mapa do traçado do novo Rodoanel Metropolitano de BH

O Ministério Público Federal (MPF) entrou uma ação pública civil para que a Justiça Federal suspenda, de maneira imediata, a forma como está sendo feita a consulta aos povos e comunidades tradicionais afetados pela construção do Rodoanel, na região metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o MPF, as consultas, que são de responsabilidade do Poder Público, foram repassadas para duas empresas privadas, a Rodoanel BH S.A e a Tractebel Engineering Ltda, o que não é permitido.

A consulta livre, prévia e informada (CLPI) é um direito instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e é lei no Brasil desde 2004. Isso significa que povos e comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, tem o direito de serem consultados antes da tomada de decisões que possam afetar suas respectivas culturas e territórios, por exemplo.

Para o MPF, o caso se torna ainda mais grave porque, além das empresas estarem fazendo um trabalho que cabe ao Estado, elas têm interesse econômico no avanço do projeto.

Na ação, o MPF cita pelo menos dez povos e comunidades tradicionais que são diretamente afetados pela obra rodoviária. São as comunidades quilombolas de Pinhões, Manzo Ngunzo, Kaiango, Arturos, Marinhos, Sapé, Rodrigues, Ribeirão, Colégio, Pimentel e Mangueiras.

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O Rodoanel Metropolitano de BH será uma estrada de 100 quilômetros que vai interligar 11 cidades: Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Contagem, Betim, Belo Horizonte, Ibirité e Nova Lima. A ideia é ‘desafogar’ o trânsito do Anel Rodoviário.

A ação apresentada nesta segunda-feira (5) pede a imediata suspensão das atividades da Rodoanel BH S.A e da Tractebel no que diz respeito a CLPI e, ainda, que a consulta seja feita, exclusivamente, pelo poder público.

A Itatiaia entrou em contato com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), que respondeu, em nota, que quando intimada, irá se pronunciar nos autos dos processos.


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Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.