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CPI que irá investigar empresa de ônibus em Sabará é aprovada por unanimidade na Câmara

A abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi um pedido do prefeito da cidade, Sargento Rodolfo, após a empresa de ônibus anunciar que iria reduzir os horários das viagens por “defasagem tarifária”

A Vinscol teve o contrato renovado com o município em 2024 e tem a permissão para atuar por mais 20 anos.

A Câmara Municipal de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, aprovou por unanimidade nesta terça-feira (8) a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público que irá investigar a atuação da empresa responsável pelo serviço de ônibus no município, a Vinscol.

O prefeito, Sargento Rodolfo (Republicanos), protocolou o pedido de criação da CPI na última quinta-feira (3).

O argumento usado pela prefeitura é que documentos apresentados pela Vinscol apontam falhas graves que vinham prejudicando o funcionamento do transporte coletivo para os usuários.

Na terça-feira (1⁠º) da semana passada, a Vinscol havia anunciado que iria reduzir os horários de algumas linhas alegando defasagem tarifária. Nas redes sociais, o prefeito disse que recebeu o recado com “estranheza” e, posteriormente, em uma transmissão ao vivo, disse que não aceitaria ser “chantageado” pela empresa.

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A Vinscol voltou atrás e disse que os horários não seriam alterados até que fosse acordado uma solução conjunta com a prefeitura.

Em 2024, a Vinscol teve o contrato de concessão renovado com o município, o que deu a autorização para que a empresa atuasse na cidade pelos próximos vinte anos.

Para a Itatiaia, o procurador jurídico de Sabará, Flávio Tomé, informou que se a CPI fosse aprovada pelos vereadores, o que aconteceu, e ficasse comprovado que houve irregularidades por parte da empresa, o contrato de concessão poderia ser suspenso. “Uma vez detectado que a falha é da empresa na prestação do serviço, a Câmara encaminha para a prefeitura e o município declara a caducidade do contrato através de decreto. A caducidade é uma forma de extinção de concessão, de rescisão de contrato. Então, em havendo de fato que há a má prestação do serviço público, iremos declarar caducidade e fazer a rescisão”, explicou.

Cinco vereadores, três titulares e dois suplentes, serão escolhidos para integrar a Comissão. Os nomes devem ser escolhidos até quinta-feira (10).

Empresa nega tentativa de chantagem

A Itatiaia procurou a Vinscol que, em nota, informou que está em “diálogo” com a prefeitura para “esclarecer os pontos mencionados sobre a prestação de serviços”.

A empresa nega qualquer tentativa de chantagem ao prefeito e afirma que só anunciou uma possível redução no quadro de viagens por conta de um “desiquilíbrio financeiro na operação”. “No entanto, tal redução foi cancelada e devidamente comunicada à população com antecedência, visando minimizar qualquer impacto aos usuários”, diz o comunicado.

A Vinscol ainda diz que a empresa não cobrou o valor alegado pela prefeitura de R$ 500 mil mensais. “Cabe ao município definir o valor de subsídio que se encaixa na realidade de sua receita”. Segundo a empresa, a partir dessa definição, com base na planilha de cálculo contratual, será possível “apurar o valor correspondente da tarifa pública”, que hoje está no valor de R$ 5,40.

Sobre a CPI, a Vinscol disse que está inteiramente à disposição da Câmara.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.