O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que morreu nesta quarta-feira (26), enfrentou um câncer durante a campanha de reeleição em 2024. O tumor foi revelado em julho. Em dezembro, o médico Enaldo Melo de Lima, que acompanhou o prefeito, explicou que tratava-se de um Linfoma não Hodgkin de Grandes Células B.
Mesmo com a detecção da doença, Fuad resolveu concorrer à reeleição. “Tomei esta decisão após conversar com meu médico, o doutor Enaldo, que me tranquilizou para mostrar o excelente prognóstico do sucesso do meu tratamento. Porque sei bem qual é o tamanho da responsabilidade que tenho com a nossa cidade e com a nossa gente”, afirmou à época.
Fuad chegou a fazer sessões de quimioterapia, quando perdeu peso e os cabelos. O prefeito, no entanto, participava quase todos os dias dos eventos de campanha, desmentindo boatos de que não havia se recuperado. No dia 15 de outubro, Fuad Noman revelou, em uma sabatina, que o câncer havia entrado em remissão e que não precisaria continuar com a quimioterapia.
“Na semana passada, fiz a última sessão de quimioterapia. Ontem, fui liberado pelo médico de todo o processo de tratamento. Logicamente que vou fazer, agora, um acompanhamento permanente. Estou bem. Graças a Deus, sem nenhuma sequela da doença. Está superado”, afirmou.
Fuad Noman foi reeleito em outubro de 2024 com 670.574 votos (53,73% do total), revertendo a desvantagem do primeiro turno. Em decorrência das internações, não conseguiu comparecer ao evento de diplomação em 19 de dezembro (ato da Justiça Eleitoral para atestar que o candidato foi eleito e pode tomar posse). Fuad foi representado na ocasião por Hércules Guerra, procurador-geral do município.
Quatro internações
O economista Fuad Noman havia sido internado quatro vezes desde que foi reeleito por complicações de um tumor, chamado Linfoma não Hodgkin de Grandes Células B, diagnosticado em junho de 2024. Com quimioterapia, chegou à remissão da doença, mas fazia tratamento com anticorpo monoclonal.
Com quadro de imunossupressão, Fuad Noman não podia comparecer a eventos para evitar infecções. Por isto, não foi à Câmara e tomou posse de modo virtual no dia 1º de janeiro de 2025. Na cerimônia, por vídeo, usava máscara, ao lado da esposa, e falava com dificuldade.
Dois dias depois, em 3 de janeiro, o Mater Dei informou que o prefeito precisou ser internado na UTI com insuficiência respiratória aguda. Também foi confirmado o quadro de pneumonia. Por isso, Fuad tirou licença do cargo em 4 de janeiro, e Álvaro Damião assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte interinamente. Fuad chegou a ser intubado no primeiro fim de semana de 2025, mas foi extubado no dia 5.
Porém, no dia 9, o prefeito voltou a se entubado após apresentar uma instabilidade respiratória.
A internação anterior havia sido no dia 19 de dezembro, quando foi constatado quadro de diarreia e desidratação. Na sexta (20), o prefeito precisou ser encaminhado à UTI para conter um sangramento intestinal. Ele recebeu alta e passou a virada do ano com a família.
Em 10 de dezembro, o prefeito chegou ao Mater Dei com quadro de pneumonia e sinusite e ficou uma semana internado. No dia 12, ele publicou uma foto nas redes sociais despachando no hospital, em uma cadeira de rodas, ao lado de secretários e do vice eleito em outubro, Álvaro Damião (União Brasil). Fuad recebeu alta no dia 15 para continuar o tratamento em casa.
Em novembro, Fuad passou cinco dias internado entre os dias 23 e 28, após sentir fortes dores nas pernas. Os exames diagnosticaram uma neuropatia periférica secundária, condição que surge como consequência de doenças como o câncer, tratamento pelo qual Fuad passou no início da campanha eleitoral.