O líder da minoria, Cristiano Silveira (PT), afirmou que a estratégia é usar todos os instrumentos de obstrução possíveis para evitar a votação do texto na madrugada desta sexta-feira (24).
“Nós estamos trabalhando com todos os mecanismos que nós temos de obstrução, com os nossos requerimentos, cada parlamentar fazendo o encaminhamento dos requerimentos. Agora, nesse momento, nós estamos aqui em torno de uma e meia da manhã e não temos previsão de encerrar. Da nossa parte, não há nenhuma disposição de encerrar as obstruções”, disse Cristiano.
Para o deputado, o debate de uma proposta que altera a Constituição “não é adequado no meio da madrugada”. O deputado classificou a medida como “PEC do Cala a Boca”, por, segundo ele, retirar da população o direito de se manifestar sobre a venda de uma empresa pública estratégica.
A deputada Bella Gonçalves (Psol) confirmou que não há hora para encerrar os trabalhos. “São quase duas da manhã, a votação está longe de acabar. Eu acho lamentável que nós estejamos fazendo uma discussão para mudar a Constituição do Estado, retirar o direito do povo ao referendo popular na calada da noite”, afirmou.
A parlamentar acusou o governo de tentar “silenciar a opinião da população” e classificou a postura da base como “um papel de tropa de choque do governador, que sequer está no Brasil”.
Bella reforçou que, se a proposta for aprovada, a oposição deve recorrer à Justiça. “Se a PEC passar, nós vamos acionar os órgãos de controle, de constitucionalidade e legalidade, porque eu entendo que é um retrocesso constitucional. Você não pode retirar um direito que é da população ao referendo popular”, declarou.
Manifestantes permanecem nas galerias da Assembleia em protesto contra a privatização.
A votação da PEC que viabiliza a privatização da Copasa começou por volta das 18h dessa quinta-feira (23) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, após a mesa diretora acatar uma questão de ordem apresentada pela oposição.
A base do governo não concedeu entrevistas e disse que não vai se pronunciar.