O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o novo empréstimo consignado para o setor privado é uma medida estrutural e não tem a ver com a conjuntura. “O projeto foi desenvolvido há mais de um ano [...] às vezes, o que superendividou a pessoa não foi a dívida, mas o juro”, disse o Haddad durante um evento na capital paulista, na manhã desta segunda-feira (24).
O ministro reforçou que o máximo de 100% de juro do crédito do rotativo do cartão de crédito “já é uma aberração”. Segundo Fernando Haddad, as medidas que têm sido tomadas pelo governo federal têm como ponto base “evitar o superendividamento”.
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Quando questionado sobre o novo projeto ir contra o combate às pressões inflacionárias promovido pelo Banco Central, Haddad disse que a autoridade monetária tem de fazer o trabalho dela, “mas nós temos que fazer o nosso e criar condições macro e microeconômicas mais saudáveis para o Brasil”.
Novo empréstimo consignado do setor privado
Em vigor desde sexta-feira (21), já houve mais de 40 milhões de simulações de crédito, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Do total de simulações, cerca de 4,5 milhões se tornaram propostas efetivamente solicitadas e pouco mais de 11 mil contratos já foram firmados.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse não acreditar em uma solução para os problemas econômicos do Brasil que não passe por um aumento da produtividade e do crescimento.
“Estamos vindo de um descontrole das contas públicas e vinha faltando uma agenda micro para aumentar a produtividade. E, sem essa agenda micro acompanhada da macroeconômica, as receitas ortodoxas não vão consertar a economia brasileira”, afirmou o ministro.