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18 mil ou 400 mil? Estimativa de público em ato em Copacabana tem divergências

Estimativas esbarram em metodologias usadas por diferentes entidades e diferença entre os números esquenta o debate nas redes sociais

Imagem divulgada pela PMRJ da manifestação em Copacabana convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro

A manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (16), na orla da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, tem gerado divergências nas redes sociais. E não pelo debate das pautas em si, como a anistia aos presos dos ataques em Brasília no dia 8 de janeiro, mas sim pelo número de manifestantes presentes no protesto.

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Oficialmente, a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) estima que o ato tenha reunido 400 mil pessoas. O número, no entanto, é bastante divergente dos 18,3 mil presentes calculados pelo Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em parceria com a ONG More in Common - a margem de erro do levantamento é de 2,2 mil pessoas para mais ou para menos.

Levando em consideração o cálculo feito pela ONG, o ato deste domingo seria significativamente menor que a última manifestação de Bolsonaro, quando o ex-presidente teria reunido cerca de 32,7 mil pessoas em em abril do ano passado, no mesmo local.

Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública do Rio não fez estimativa de público presente no ato.

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O número mais tímido de presentes, calculado pelo Cebrap, é gerado a partir de fotos tiradas por drones e um software de inteligência artificial que analisa o cenário da manifestação em diferentes horários. O número de 18,3 mil, segundo esse estudo, teria sido o ápice da manifestação, no momento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro subiu ao trio elétrico para discursar, por volta das 12h.

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A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro foi procurada oficialmente, mas não detalhou qual seria a metodologia adotada para chegar ao cálculo de 400 mil pessoas.

Expectativa x realidade

Seja qual for o público que esteve em Copacabana neste domingo, o resultado está abaixo do esperado pelo ex-presidente Bolsonaro, que nesta semana chegou a dizer esperar, ao menos, 500 mil pessoas na orla de Copacabana.

Após o ato em prol da anistia de presos do dia 8 de janeiro deve se repetir no próximo dia 6 de abril, na avenida Paulista, em São Paulo. Segundo o próprio presidente Bolsonaro, a ideia é seguir com as manifestações pressionando pela anistia em cidades do nordeste. O primeiro destino estudado seria Aracajú, em Sergipe.

Seja qual for o público presente neste domingo, os aliados políticos de Bolsonaro não deixaram de comparecer e posaram ao lado do ex-presidente, também defendendo a votação de urgência para a anistia.

Quatro governadores estiveram presentes na manifestação: Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Jorginho Melo (PL), de Santa Catarina; e Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso. Além deles, também estiveram presentes deputados federais e senadores.

Entre os políticos mineiros presentes estavam os deputados federais Nikolas Ferreira (PL) e Maurício do Vôlei (PL).

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio