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Alckmin rebate tarifaço de Trump e diz que ‘Brasil não é problema para os EUA’

Declaração do ministro ocorre em meio à escalada da guerra tarifária iniciada pelos EUA, que inclui a imposição de uma taxa de 25% sobre a importação de aço e alumínio

Geraldo Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou nesta segunda-feira (10) que o Brasil não representa um problema para os Estados Unidos no comércio internacional e defendeu o diálogo para evitar que o país seja afetado pelo ‘tarifaço’ promovido pelo presidente Donald Trump.

Em entrevista concedida à Rádio CBN, o vice-presidente destacou que o país enfrenta um déficit na balança comercial com os norte-americanos e que as tarifas impostas por Washington podem afetar ainda mais essa relação. “O Brasil não é problema para os Estados Unidos. O que buscamos é o entendimento, porque o comércio exterior tem que ser um ganha-ganha”, afirmou o vice-presidente.

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A declaração do ministro ocorre em meio à escalada da guerra tarifária iniciada pelos EUA, que inclui a imposição de uma taxa de 25% sobre a importação de aço e alumínio. A medida impacta diretamente a produção brasileira, que tem os Estados Unidos e a China como seus principais mercados.

Alckmin revelou que o governo brasileiro já iniciou negociações para tentar reduzir os impactos das novas tarifas. Na semana passada, ele se reuniu por videoconferência com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e com o representante comercial norte-americano, Jamieson Greer, para discutir alternativas relacionadas ao comércio de aço e alumínio entre os dois países. As tarifas passarão a valer a partir desta quarta-feira.

Inflação e medidas do governo

Outro tema abordado na entrevista foi a inflação dos alimentos. Alckmin destacou que o governo tem adotado medidas para conter a alta de preços, como a isenção do imposto de importação de alguns produtos e a ampliação dos estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na semana passada, o governo anunciou a redução a zero das alíquotas de importação de itens como carnes, açúcar, café, azeite, milho, biscoitos e massas.

O vice-presidente também reiterou o pedido para que os governos estaduais garantam a isenção do ICMS sobre os alimentos da cesta básica.

“Nós entendemos a realidade cada estado, por isso não é obrigatório, é uma proposta. E também não precisa zerar todos. Pode, de repente, eu vou pegar ovo e zerar o ICMS durante um período. Isso vai passar”, afirmou.

Segundo ele, estados como Piauí e Ceará já estudam a possibilidade de reduzir a tributação sobre produtos essenciais, visando minimizar o impacto da inflação para a população.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio