O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca em Campo do Meio, na região Sul de Minas, na manhã desta sexta-feira (7), para participar de uma cerimônia de entregas e anúncios do programa Terra da Gente.
No evento, além de anunciar a entrega de 12.297 lotes em 138 assentamentos, totalizando 385 mil hectares em 24 estados, Lula busca uma reaproximação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que desde o final do ano passado tem mandado recados de insatisfação ao Palácio do Planalto.
Em janeiro, o MST divulgou uma carta aberta com cobranças ao governo petista, inclusive chamando o governo de Lula de “neoliberal”. A carta recebeu apoio de 400 dirigentes do movimento e foi recebida como um recado muito direto por integrantes do governo.
“O atual momento da política neoliberal vigente no Brasil tem aprofundado a barbárie nas diversas faces da violência contra a classe trabalhadora no campo e na cidade. A massa de sobrantes, aqueles considerados descartáveis pelo capitalismo, se avolumam, enquanto políticas públicas estruturais não se efetivam”, diz a carta do MST.
Desde o final do ano passado, lideranças do movimento defendem uma mudança no comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário e avaliam que o governo tem demorado a entregar promessas de campanha.
Interlocutores do Planalto buscam acalmar os militantes do MST e alegam que a lentidão nas políticas de reforma agrária acontecem por dificuldades orçamentárias do governo federal. A visita de Lula ao acampamento do MST nesta sexta-feira tem o objetivo de mandar um recado ainda mais direto de apoio às reivindicações do movimento.
Além dos anúncios de assentamentos, Lula deve assinar atos e decretos de desapropriação de terras por interesse social e anunciar medidas para a renegociação de dívidas por meio do Desenrola Rural com assentados da reforma agrária.