O presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt, explicou os motivos que levaram o partido a
Bittencourt destacou que a decisão foi tomada de forma serena e amadurecida, após um longo debate político. Segundo o presidente, os partidos apresentaram diferenças significativas na visão de futuro para o Brasil, o que inviabilizou a continuidade da parceria.
“Esse partido tem a sua visão própria de Brasil, os nossos valores, os nossos princípios, as nossas posições. Claro que tivemos problemas localizados, num estado ou em outro, mas não foi o centro da questão. A função da questão é política. Temos hoje uma visão diferente do PSDB para o projeto de futuro”, afirmou.
A decisão da Executiva Nacional será levada para homologação no Diretório Nacional no próximo dia 16 de março. “Vamos cumprir os prazos legais da federação, estabelecidos na lei, mas já estamos sinalizando que, a partir de agora, o partido não terá mais um futuro construído em parceria com o PSDB”, reforçou.
Novo caminho político
O presidente do Cidadania enfatizou que o partido não baseará suas decisões em questões numéricas, mas sim em alinhamento político e ideológico. Ele afirmou que a legenda defenderá valores democráticos e combaterá qualquer forma de autoritarismo.
“Somos um partido de qualidade democrática. Qualquer fascismo de direita ou de esquerda não cabe no ideário do convívio com o Cidadania e com a sua história. Então, a partir de agora, eu diria que nós estamos liberados”.
Comte Bittencourt também afirmou que a federação com o PSDB limitou a autonomia do Cidadania em estados e municípios, prejudicando o fortalecimento da sigla. “Nós participávamos de uma federação onde o partido mais forte era o PSDB”, disse.
Novas alianças
Bittencourt ressaltou que o partido ainda não iniciou conversas formais sobre novas federações, fusões ou incorporações. No entanto, afirmou que o Cidadania tem histórico de relação com siglas como MDB, PSB, PDT, PV e PSD.
“Não conversamos com ninguém, porque tínhamos essa relação federada com o PSDB. É uma questão de respeito. Apesar de o PSDB ter conversado e anunciado, nós não fizemos e não faríamos isso. Então, nós vamos agora nos reorganizar”, disse o presidente.
Cenário Político Nacional
Ao ser questionado sobre os impactos dos acontecimentos recentes no cenário político brasileiro, como a
Sobre o inquérito contra Bolsonaro, ele considerou as acusações graves e enfatizou a necessidade de punições rigorosas, caso se confirmem as irregularidades.
“Essa denúncia da PGR, ela é séria. Todo esse inquérito me parece robusto. Vamos ver agora como a justiça vai conduzi-lo. A punição tem que ser muito rigorosa. Vamos acompanhar. Isso abala o momento hoje da política brasileira e do Estado brasileiro. Mas eu confio nas instituições”, afirmou.
Apesar das turbulências políticas, o presidente do Cidadania demonstrou confiança nas instituições brasileiras. “Isso também é um sinal de que as instituições estão funcionando”, concluiu.