O senador Carlos Viana (Podemos-MG) usou suas redes sociais para defender o voto impresso nas próximas eleições. O mandato de Viana no Senado se encerra no próximo ano e o parlamentar indica uma reaproximação com os eleitores de direita para tentar a reeleição.
“Voto impresso, eu defendo! Isso não é questionar a democracia, é fortalecê-la! Confio nas urnas, mas precisamos atender à demanda popular por um sistema ainda mais seguro e transparente. O voto auditável aumenta a confiança no processo eleitoral e reforça a integridade da nossa democracia”, escreveu Viana em suas redes.
O parlamentar afirmou que o posicionamento não representa um questionamento à democracia e que a implementação do voto impresso pode fortalecer o sistema eleitoral brasileiro.
Em conversa com a reportagem da Itatiaia, Viana afirmou que o tema deve voltar ao Congresso Nacional “mais cedo ou mais tarde”.
Aliança e rompimento com Bolsonaro
Carlos Viana se elegeu senador em 2018 adotando um discurso crítico aos governos de esquerda. Na eleição em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à presidência da República e que a direita ganhou muito espaço em vários estados do país, Viana recebeu 3,5 milhões de votos.
Na corrida pelo Senado em 2018, Viana teve 20,2% dos votos válidos e se elegeu junto com Rodrigo Pacheco (PSD), que teve 3,6 milhões de votos e 20,4% dos votos válidos. O resultado em Minas surpreendeu, já que as pesquisas eleitorais apontavam o favoritismo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que acabou na quarta colocação - atrás também de Dinis Pinheiro (SD).
Nos primeiros anos do governo Bolsonaro, Viana manteve uma boa relação com o Palácio do Planalto e chegou a ser indicado para a liderança do governo no Senado.
No entanto, durante as eleições de 2022, o senador mineiro disputou o governo de Minas e colecionou divergências com Bolsonaro, que apoiou declaradamente a reeleição de Romeu Zema (Novo). Desde então, Viana buscou se distanciar de Bolsonaro.
Derrotas em 2022 e 2024
Na corrida pelo governo de Minas, Carlos Viana recebeu 783 mil votos (7,23% dos votos válidos), menos de um terço do que havia recebido em sua eleição ao Senado quatro anos antes.
Em 2024, Carlos Viana voltou às urnas para tentar conquistar a prefeitura de Belo Horizonte. O senador recebeu apenas 12.712 votos na eleição municipal e ficou na sétima colocação, com 1% dos votos válidos.
Questionado pela reportagem da Itatiaia se o posicionamento pelo voto impresso é uma tentativa de retomar o diálogo com o campo conservador do eleitorado, Viana não se manifestou até a publicação desta matéria.
Durante as discussões sobre o sistema de voto no Congresso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixou claro que o atual sistema de votação no Brasil já é auditável e transparênte.
“O processo informatizado brasileiro conta com pelo menos 26 oportunidades de auditoria abertas às entidades fiscalizadoras das eleições, que vão desde a participação nos Testes Públicos de Segurança, até a lacração física das urnas, a Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas e o Teste de Integridade, entre outras ações”, informa o TSE.