O Ministério das Relações Exteriores do Brasil reagiu com cautela às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o país e a América Latina. A secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, afirmou que o estadunidense “pode falar o que quiser”, mas enfatizou que o governo brasileiro continuará focado em analisar as ações concretas da nova administração norte-americana.
Segundo Maria Laura, o Brasil tem interesse em manter um diálogo construtivo com os Estados Unidos, buscando pontos de convergência que favoreçam ambas as nações.
Trump afirmou, logo após tomar posse, que os Estados Unidos não precisam do Brasil ou de outros países da América Latina, adicionando que “são eles que precisam de nós”. Tal declaração gerou repercussão imediata nos círculos diplomáticos e levantou questionamentos sobre os rumos das relações bilaterais entre Washington e Brasília.
Donald Trump ainda ressaltou que sua política externa será orientada por uma abordagem de “América em primeiro lugar”, reforçando sua conhecida postura de priorizar os interesses dos Estados Unidos em detrimento de acordos multilaterais.
Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (21), Maria Laura destacou que o Itamaraty trabalhará para fortalecer os laços bilaterais, priorizando áreas de cooperação mútua. “Vamos procurar trabalhar não as nossas divergências, mas as nossas convergências, que são muitas. Essa é a melhor maneira de avançar em um cenário de desafios globais”, afirmou a secretária-geral.
Ela também enfatizou que o Brasil continuará atuando em fóruns multilaterais, defendendo interesses regionais e globais. “Nossa postura é de diálogo aberto e construtivo. Independentemente das declarações feitas, é nosso papel buscar soluções que atendam tanto ao Brasil quanto à América Latina como um todo”, disse.
A fala reflete a estratégia do Brasil de evitar confrontos diretos, optando por preservar a estabilidade nas relações diplomáticas.