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Bolsonaro apela a Moraes e pede reconsideração para liberar passaporte para posse de Trump

Advogados do ex-presidente pedem a reconsideração da decisão ou que o ministro leve o caso a julgamento no plenário do STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em cerimônia de posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE, em 2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e fez um novo apelo pela devolução do passaporte para poder viajar para participar da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Mais cedo, citando a possibilidade de fuga e a falta de documentos oficiais, Moraes negou o pedido da defesa do ex-presidente.

Os advogados de Bolsonaro pedem a reconsideração da negativa. Contudo, caso o ministro mantenha a decisão anterior, o pedido seja levado ao julgamento do colegiado competente, com prioridade devido à urgência. Se isso acontecer, iria para a 1ª Turma do STF.

“As cautelares impostas ao Peticionário têm sido integralmente cumpridas e respeitadas. E, portanto, nada indica que a pontual devolução do passaporte, por período delimitado e justificado, possa colocar em risco essa realidade. Sendo certo que, em seu retorno, o passaporte será prontamente devolvido a esse E. Supremo Tribunal Federal”, diz a defesa.

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O convite para participação de Bolsonaro na posse de Trump foi enviado por e-mail em 9 de janeiro. Uma cópia do documento foi anexada ao pedido endereçado a Moraes. Além da posse de Trump, o brasileiro foi convidado para um baile oficial hispânico.

Moraes negou o pedido de Jair Bolsonaro com base nos seguintes argumentos:

  1. Falta de comprovação documental: A defesa não apresentou documento oficial que comprovasse o convite para a posse do presidente dos EUA. O único elemento apresentado foi um e-mail de remetente não identificado, considerado insuficiente.
  2. Ausência de justificativa relevante: O pedido de viagem foi motivado por interesses particulares e não demonstrou necessidade básica, urgente ou imprescindível que justificasse uma exceção à medida cautelar.
  3. Risco de fugo: O histórico do investigado e de outros envolvidos no caso demonstra um risco concreto de tentativa de evasão para evitar a aplicação da lei penal, reforçado por declarações públicas de Bolsonaro sugerindo possíveis fugas ou asilos no exterior.
  4. Gravidade das acusações: Bolsonaro é indiciado por crimes graves, incluindo tentativa de golpe de Estado, o que sustenta a necessidade de medidas restritivas para assegurar a aplicação da lei penal.
  5. Interesse público superior: A medida cautelar de retenção do passaporte foi considerada necessária e proporcional para preservar a ordem pública e garantir a continuidade das investigações.

Leia, abaixo, a íntegra da decisão de Moraes:


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É jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Cearense criado na capital federal, tem passagens pelo Poder360, Metrópoles e O Globo. Em São Paulo, foi trainee de O Estado de S. Paulo, produtor do Jornal da Record, da TV Record, e repórter da Consultor Jurídico. Está na Itatiaia desde novembro de 2023.