O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu nesta quinta-feira (19) que não há um “ataque especulativo” visando aumentar a cotação do dólar. Segundo ele, não é apropriado tratar o mercado financeiro como “um bloco monolítico” ou algo coordenado “que segue na mesma direção”. Para Galípolo, os agentes financeiros operam com posições divergentes.
“Eu acho que não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, vamos dizer assim, como se fosse uma coisa só, que está coordenada, andando em um único sentido. Basta a gente entender que o mercado funciona, geralmente, com posições contrárias. Para existir um mercado, precisa existir alguém comprando e alguém vendendo. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem”, disse o diretor do BC.
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Em coletiva no Banco Central, o indicado de Lula (PT) para o BC afirmou que conversa sobre isso com integrantes do governo, e que sua interpretação é “bem compreendida”.
“Essa minha intervenção é bem compreendida por [Fernando] Haddad, [Simone] Tebet e Lula, que concorda, quando eu tenho esse diálogo com ele sempre”, afirmou. “Tem muito ruído, mas é importante esclarecer. No fim do dia, cabe a nós fazermos o melhor trabalho possível”, falou ele.