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Zema diz que Propag poderia ser ‘mais agressivo’ e fala em transferir Cemig, Copasa e Codemig para a União

Projeto aprovado pelo Congresso permite renegociação das dívidas dos estados com transferência de ativos, bens e créditos para o governo federal

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, durante votação do projeto que cria o Propag no plenário do Senado

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), comemorou nesta terça-feira (17) a aprovação no Congresso do projeto de lei que cria o programa para renegociar a dívida dos Estados com a União (Propag). Segundo ele, a proposta é “um avanço extraordinário”, mas disse que gostaria de um projeto “mais agressivo”, com a eliminação dos juros da dívida.

“Acho que os estados deveriam pagar por essa dívida uma correção e não juros. Num país que tem inflação é preciso ser corrigido. Fosse assim esse raciocínio, eu penso que tanto Minas e os demais estados já teriam, inclusive, quitado essa dívida no passado, porque nós já pagamos um valor que é, muitas vezes, superior ao valor dessa dívida no valor principal, há 15, há 20 anos atrás”, disse o governador a jornalistas.

Zema acompanhou a votação do projeto no plenário do Senado ao lado do vice, Mateus Simões (NOVO), e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

O texto, de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estabelece a possibilidade de os estados transferirem ativos, bens, créditos e receitas com a exploração de recursos minerais para amortizar a dívida até 31 de dezembro de 2025, data-limite para adesão ao Propag.

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Após esses pagamentos, a dívida será refinanciada em até 360 parcelas mensais, ou seja, até 30 anos para a quitação.

A proposta, que ainda depende da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também permite descontos nos juros cobrados pela União, que atualmente é correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescidos de 4% ao ano.

Dependendo do montante da dívida abatido durante a adesão ao Propag, os juros reais podem ficar em 0%, 1% ou 2%

“Eu não vou entrar em detalhes, mas no ano que vem nós vamos cumprir todos os requisitos que o Propag especifica para que venhamos a ter a redução máxima na cobrança dessa taxa de juros”, afirmou Zema.

Para isso, segundo ele, a ideia é transferir para a União, por exemplo, a participação do governo mineiro no controle da Cemig e da Copasa, que o governo quer privatizar, além da Codemig.


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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.