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Sindicância irá apontar responsáveis pelo rompimento de barragem do Parque Lagoa do Nado, diz PBH

A prefeitura apontou que um dispositivo, que não deveria estar na barragem, teria causado o incidente e, por isso, foi aberta uma investigação para indicar os possíveis responsáveis

O secretário Leandro César Pereira participou remotamente da audiência pública na CMBH que discutia a segurança de barragens na capital

O relatório técnico preliminar da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), feito após o rompimento da barragem de contenção do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, apontou a redução da capacidade de vazão da água como provável causa do incidente do dia 13 de novembro.

Para a reportagem, a PBH informou que essa redução da capacidade de vazão teria sido causada combinação da instalação de um dispositivo para o controle do nível de água com as fortes chuvas registradas no início do mês passado. Com isso, a barragem, que é de terra, não suportou o volume de água e se rompeu.

De acordo com a prefeitura, o documento ainda aponta que, em relação à gestão de segurança, manutenção e operação da barragem, desde a regulamentação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), em 2019, todos os procedimentos adotados estão “em conformidade com a legislação vigente e as boas práticas da engenharia”.

O relatório foi encaminhado ao Ministério Publico (MP) e a prefeitura de BH informou que abrirá uma sindicância para apurar a responsabilidade pela instalação, em investigação de motivação e autoria, do dispositivo que teria resultado no rompimento.

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Nesta segunda-feira (2), a Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), ouviu o secretário de Obras e Infraestrutura, Leandro César Pereira, em uma audiência pública que discutiu a segurança de barragens na capital mineira.

Durante a reunião, que contou com a presença de representantes de movimentos ambientais e de moradores que vivem nas redondezas do Parque Lagoa do Nado, o secretário explicou que a estrutura, que teria sido responsável pelo incidente, chamada de stop log, é usada em barragens para manter o nível de água, mas que, em períodos chuvosos, é retirada. “Se tira essa estrutura para ter 100% da galeria trabalhando para dar a água que chega nas nascentes ou da rede fluvial da prefeitura. Porém, o que observamos é que após a retirada dessa estrutura, o que foi documentado no dia 30 de outubro [14 dias antes do rompimento], ela foi recolocada”, detalhou.

Segundo ele, a estrutura fica em uma área de acesso restrito, fechado por chave. “A gente vai investigar quem tinha acesso, quem poderia ter tido acesso e esse é um processo que vamos iniciar, já colocamos isso para o MP, e por isso está em investigação. Não vou colocar que foi beltrano ou ciclano”, finalizou.

O governo de Minas Gerais aplicou uma multa no valor de R$ 68.393,66 para o município por danos ambientais causados pelo rompimento da barragem. O valor inclui R$ 63.356,40 pelos danos à fauna e à flora do parque, que é uma Unidade de Conservação (UC), e R$ 5.037,26 pela ausência de outorga para a barragem de acúmulo de água. Em nota, a prefeitura disse que ainda não foi notificada, mas que irá recorrer administrativamente da decisão.


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Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.