A ampliação de parcerias entre Brasil e China e a necessidade de apoio para reformas em instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) foram os principais tópicos das declarações feitas na manhã desta quarta-feira (20) pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do Brasil, e Xi Jinping, da China.
Ambos estão reunidos desde às 10h
Nos discursos, que foram lidos, Lula e Xi aproveitaram as recentes discussões no âmbito do G20, realizado no Rio de Janeiro, para reforçar as críticas aos órgãos de governança global, como a ONU. Desde que reassumiu a presidência, Lula tem sido crítico ao uso indiscriminado do poder veto feito pelos cinco que são membros permanentes do conselho – Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido.
“Defendemos a reforma da governança global e um sistema internacional mais democrático, justo, equitativo e ambientalmente sustentável. Em um mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar”, disse o presidente brasileiro.
No discurso feito pelo presidente chinês, o tema voltou a ganhar destaque quando Xi Jinping mencionou que ‘o mundo está longe de ser um lugar tranquilo , com várias regiões sofrendo guerras, conflitos, turbulências e insegurança’, citando os conflitos na Ucrania e na Faixa de Gaza.
Leia também:
“Com relação à crise na Ucrânia, enfatizei várias vezes que não existe solução simples para um assunto complexo. China e Brasil emitiram os entendimentos comuns sobre uma resolução política para a crise na Ucrânia e criaram o Grupo de ‘Amigos da Paz’ sobre a crise na Ucrânia junto com os outros países do sul global. Devemos reunir mais vozes que advogam a paz e procuram viabilizar uma solução política da crise na Ucrânia”, disse Xi.
Ao comentar a situação em Gaza, o presidente Chinês destacou a escalada da crise e solução, também defendida pelo Brasil, de se estabelecer um estado Palestino na região.
“A situação humanitária na Faixa de Gaza ainda está se deteriorando, com os efeitos de contágio ampliando e a segurança regional gravemente impactada. Estamos profundamente preocupados e a comunidade internacional tem que fazer maior empenho”, criticou.
A crítica ao Conselho de Segurança da ONU vem na esteira de outras declarações feitas por Lula ao longo do mandato. A reivindicação do Brasil é para que o país seja reconhecido como membro permanente do grupo. Além dos cinco membros permanentes, outros dez países são eleitos para um mandato temporário.