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Lula e Xi Jinping se reúnem hoje em Brasília; saiba o que deve ser discutido

Vitória de Trump nos EUA, proposta de paz para Ucrânia e acordos comerciais estão na pauta do encontro entre os líderes do Brasil e da China

Lula e Xi Jinping - relação entre Brasil e China será discutida entre as autoridades

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, nesta quarta-feira (20), o presidente da China, Xi Jinping, para uma série de reuniões bilaterais. Na pauta do encontro, que acontece a partir das 10h, em Brasília, estão temas como a vitória de Donald Trump nos EUA, a proposta de paz para a Ucrânia e uma extensa lista de acordos comerciais.

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As reuniões começam pela manhã, no Palácio da Alvorada - residência oficial do presidente da república -, onde os dois líderes devem dar uma declaração conjunta no início da tarde. Após a assinatura de atos e reuniões, o compromisso das duas autoridades será encerrado com um jantar promovido pelo governo brasileiro no Palácio do Itamaraty.

O que está em pauta?

Um dos principais temas discutidos, mas que não deve ser explicitado por nenhuma das partes, é quanto a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos e a volta do republicano à presidência do país.

Tanto o Brasil quanto a China já disseram, oficialmente, que as relações não sofrerão impactos, mas segundo fontes da diplomacia brasileira, há um temor quanto às políticas protecionistas na economia que Trump já anunciou que deve pôr em prática tão logo assuma o poder.

Ainda na agenda internacional, Brasil e China também devem rediscutir os termos de uma proposta de paz apresentada para resolver o conflito entre Rússia e Ucrânia. A negociação envolve uma trégua, aumento da ajuda humanitária para as pessoas afetadas pela guerra em ambos os lados e a criação de um “clube de paz” para discutir a resolução do conflito entre as partes envolvidas. O texto enfrenta a resistência da Ucrânia.

Em relação às parcerias comerciais, estão previstos a assinatura de protocolos e acordos entre os dois países, especialmente para a exportação de produtos agropecuários.

Há 15 anos, a China se tornou o maior parceira comercial do Brasil. Somente em 2023, o país foi responsável por importar US$ 104,3 bilhões do Brasil. O superavit comercial registrado nesse período foi de US$ 51,1 bilhões - o maior da história para os brasileiros.

Tecnologia e infraestrutura

Também são esperados acordos em diversas áreas, especialmente para transferência de tecnologia e investimentos em infraestrutura.

Por parte da China, o maior interesse é para que o Brasil passe a integrar a iniciativa da chamada nova Rota da Seda. O projeto, lançado em 2013 pelo governo chinês, prevê investimentos astronômicos em diversos países para a construção de infraestrutura, incluindo rodovias, ferrovias, portos e obras no setor energético. O Brasil resiste em fazer parte da iniciativa por diversos motivos, entre eles, o aumento da dependência na relação com a China.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio