O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (23) a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro da Superintendência da Polícia Federal para um hospital particular em Brasília, onde ele passará por uma cirurgia.
Na decisão, Moraes permitiu que Bolsonaro deixe a unidade da Polícia Federal na quarta-feira (24) para a realização de exames pré-operatórios. O procedimento cirúrgico está previsto para quinta-feira (25), dia de Natal.
Bolsonaro será submetido a uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral. De acordo com laudo médico elaborado pela Polícia Federal, o ex-presidente é portador da condição e necessita de intervenção cirúrgica, embora sem caráter emergencial.
O ministro determinou que o transporte e a segurança de Bolsonaro sejam realizados pela Polícia Federal “de maneira discreta”, com desembarque pela garagem do hospital. Moraes também ordenou que dois policiais federais permaneçam de plantão na porta do quarto durante toda a internação.
“A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão”, escreveu o ministro na decisão.
Além disso, Moraes proibiu a entrada, no quarto hospitalar, de computadores, telefones celulares ou quaisquer outros dispositivos eletrônicos, com exceção dos equipamentos médicos, cabendo à Polícia Federal garantir o cumprimento da restrição.
Michelle Bolsonaro
No pedido apresentado ao STF, a defesa solicitou autorização para que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanhe o ex-presidente durante a internação. Moraes acatou o pedido e autorizou sua presença ao longo de todo o período hospitalar.
“Autorizo a presença da esposa do custodiado, Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, como acompanhante durante toda a sua internação, observadas as regras do hospital. As demais visitas somente poderão ocorrer com prévia autorização judicial”, diz a decisão.
Jair Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde o dia 22 de novembro, onde cumpre pena de 27 anos de prisão imposta pelo STF no processo que apurou a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.