Ouvindo...

Julgamento do caso Marielle: MP vai pedir 84 de prisão para os assassinos confessos

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz começam a ser julgados nesta quarta-feira, pelo Tribunal do Júri, no Rio de Janeiro

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz estão no centro de investigação sobre a execução de Marielle

O Tribunal do Júri do Rio de Janeiro começa, nesta quarta-feira (30), o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. O Ministério Público (MP) do estado pedirá a condenação máxima de 84 anos de prisão para os réus, que já confessaram a participação no crime.

Lessa e Queiroz enfrentam acusações de duplo homicídio triplamente qualificado, homicídio tentado e receptação do veículo utilizado no ataque. Ambos foram detidos em março de 2019, em uma operação realizada em conjunto pelo MP e pela Polícia Civil.

Para o julgamento, 21 jurados foram selecionados, dos quais sete serão escolhidos por sorteio. Os jurados permanecerão incomunicáveis e dormirão nas dependências do Tribunal de Justiça durante todo o processo.

O MP planeja ouvir sete testemunhas, incluindo Fernanda Chaves, jornalista e única sobrevivente do atentado, que estava no veículo com Marielle. O processo, que possui mais de 13 mil páginas, terá os réus ouvidos por videoconferência, uma vez que Lessa está preso em São Paulo e Queiroz em Brasília.

Leia também

Ambos confessaram sua participação no crime e colaboraram com a Polícia Federal em delações premiadas. Ronnie Lessa foi o responsável pelos disparos que atingiram o carro de Marielle, enquanto Élcio de Queiroz dirigia o veículo. Lessa afirmou que o crime foi encomendado pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão.

Mandantes ainda sem data para julgamento

Paralelamente, o processo contra os supostos mandantes do crime, que está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda não possui uma data definida para julgamento.

Na terça-feira (29), foi encerrada a fase de audiências em Brasília, com o depoimento do major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula, que negou ter monitorado a rotina de Marielle antes de seu assassinato.

Além de Ronald, os réus no processo incluem o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, e Robson Calixto, ex-assessor de Domingos. Todos negaram qualquer envolvimento no crime.

Motivação do crime

Segundo investigações da Polícia Federal, que assumiu o caso em 2023, Domingos e Chiquinho teriam decidido assassinar Marielle devido à atuação dela em questões fundiárias em áreas dominadas por milícias. Os irmãos são acusados de liderar um grupo paramilitar envolvido na “grilagem” de terras no Rio de Janeiro.


Participe dos canais da Itatiaia:

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio