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MAB aponta avanços no novo acordo de Mariana, mas afirma que R$ 132 bilhões são insuficientes

O Movimento dos Atingidos por Barragens ressalta ainda que indenizações individuais ficaram aquém do necessário

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) aponta avanços no novo acordo de repactuação de Mariana, mas afirma que 132 bilhões são insuficientes para recuperar o Rio Doce. O acordo foi assinado nesta sexta-feira (25) em Brasília. O MAB diz ainda que o pagamento das indenizações individuais também ficou aquém do necessário e afirma que não é momento de celebração.

O movimento vê como pontos positivos a criação dos fundos de ação coletiva, que serão administrados pelo poder público e sem interferências da iniciativa privada. Neste ponto, o MAB diz que continuará pressionando para que os fundos sejam aplicados integralmente em benefício dos atingidos.

Em relação aos pontos negativos, o MAB critica a ausência de participação popular ao longo da construção do acordo. Segundo líderes do movimento, a representatividade dos atingidos seria essencial para assegurar que as medidas atendam às necessidades e realidades das comunidades atingidas.

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“A coordenação do MAB reafirma o compromisso de lutar pela inclusão dos atingidos em todas as fases da execução do acordo, que marca uma nova fase de esperança e resistência para efetivar o compromisso firmado”, diz o MAB.

Em Brasília, a integrante da coordenação nacional do MAB, Letícia Oliveira, afirma que o movimento continuará lutando para que o que prevê o acordo seja destinado, de fato, aos atingidos. “Vamos continuar lutando para criminalizar as empresas. Até hoje, as mineradoras não foram punidas e não tem ninguém preso”, diz uma das líderes do Movimento.

O rompimento da barragem da Samarco, controlada pelas gigantes Vale e BHP Billiton, matou 19 pessoas na comunidade de Bento Rodrigues, em Mariana, na região Central de Minas Gerais.

Dados obtidos pelo MAB apontam que a lama de rejeitos de minério contaminou 684 km do Rio Doce e afetou parte do litoral brasileiro nas áreas próximas ao Espírito Santo e à Bahia.

Faltando onze dias para a tragédia completar nove anos, nenhum responsável está preso até hoje.

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Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.