Lohanna cobra foco em Minas na eleição: ‘Sei quem tem compromisso com o bolsonarismo’

Em entrevista à Itatiaia publicada nesta segunda (22), deputada estadual avaliou que possíveis candidatos da direita ‘pagam pedágio’ a Jair Bolsonaro e não fazem propostas para a população

Deputada estadual Lohanna França (PV) entrevistada por Bertha Maakaroun no Dia a Dia da Política

Em análise sobre o cenário eleitoral em Minas para 2026, a deputada estadual Lohanna França (PV) avaliou que a centro-esquerda preza pelo diálogo e tem uma lista de possíveis candidatos ao governo estadual. Entrevistada pela colunista de política da Itatiaia, Bertha Maakaroun, a parlamentar apontou que seu campo político mantém o diálogo aberto com diferentes nomes, ao passo que a direita estaria imobilizada pelo movimento bolsonarista.

Segundo a deputada, candidatos da direita que despontam como candidatos ao Governo de Minas — caso do vice-governador Mateus Simões (PSD) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) — e à Presidência da República — caso do governador Romeu Zema (Novo) — precisam ‘pagar pedágio’ ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e não têm o compromisso com o povo mineiro como mote de campanha.

“Eu sei quem tem compromisso com o bolsonarismo, eu quero saber quem tem compromisso com os mineiros, com o povo de Minas Gerais, com o povo do interior, com o hospital regional , com as escolas estaduais, com os policiais, com as mulheres, quem quer abrir as contas e mostrar quem são os empresários que não estão pagando imposto. Vamos lembrar que há seis meses o vice-governador Mateus Simões prometeu que ia abrir a caixa preta das isenções em Minas e não abriu”, declarou a parlamentar.

Lohanna recordou sua defesa do nome de Rodrigo Pacheco (PSD) para concorrer ao Governo de Minas com apoio da esquerda, mas tratou o senador como página virada após a falta de respostas às reiteradas investidas, inclusive as vindas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No entanto, a parlamentar acredita que o tempo despendido nas negociações para escolher o nome à esquerda para disputar o comando mineiro proporcionou diferentes alternativas ao campo.

“O povo falava que a gente não tinha nome, mas hoje temos em discussão vários nomes. Tem o Alexandre Kalil (PDT), o Gabriel Azevedo (MDB), a Marília Campos (PT), que prefere o Senado, mas é um quadro para o que ela quiser ser candidata”, elencou Lohanna.

Na entrevista publicada nesta segunda-feira (22), Lohanna também declarou que pretende concorrer ao cargo de deputada federal no próximo ano.

Veja a entrevista completa:

Políticas de gênero na Assembleia

Vice-líder da bancada feminina da Assembleia Legislativa (ALMG), Lohanna falou sobre o trabalho das 15 deputadas estaduais para o combate à violência de gênero em Minas Gerais. Com a proposta de promover uma percepção sistêmica dos efeitos da misoginia, ela comentou sobre o tratamento despendido aos homens que cometem crimes contra mulheres.

“O constituinte em 1988 fez uma opção para que esse país não tivesse pena de morte ou prisão perpétua. Então a gente precisa lidar com quem comete crime, porque ele vai voltar para a rua, seja depois de uma pena média ou uma pena longa. Se essa pessoa não passar por um processo de educação, ela vai cometer a violência de novo. O homem que comete violência contra mulher precisa passar, necessariamente, por um processo de reeducação, de grupo reflexivo, de convivência com a diversidade, de respeitar as mulheres. Esses grupos de ódio às mulheres saíram das telas dos telefones e estão indo para as ruas”, avaliou a deputada.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Jornalista, doutora em Ciência Política e pesquisadora

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