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Ministro espera que Senado retome discussão sobre taxação de alimentos ultraprocessados

Depois de derrota na Câmara, governo espera que Senado inclua ultraprocessados no imposto seletivo, discutido no âmbito da Reforma Tributária

Ministro cobra do Senado ações para taxar alimentos ultraprocessados na Reforma Tributária

A discussão sobre a inclusão dos alimentos ultraprocessados na lista de produtos taxados pelo Imposto Seletivo deve ser retomada agora que a Reforma Tributária tramita no Senado. Apesar de ter perdido a batalha na Câmara dos Deputados, o governo Lula espera conseguir incluir os ultraprocessados na lista do chamado ‘imposto do pecado’, que cria tributações extras para produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente.

Pela proposta original do governo, o Imposto Seletivo teria a função de desincentivar o consumo desses produtos. Na lista aprovada pela Câmara, foram incluídos cigarros, veículos, bebidas alcoólicas e jogos de azar. Contudo, os deputados deixaram de fora os alimentos ultraprocessados - como biscoitos, salgadinhos, iogurtes e outros.

Dentro do governo, a taxação desses produtos era defendida abertamente pelo Ministério da Saúde e também pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Em entrevista à Itatiaia, Teixeira afirmou que a retomada da discussão no Senado pode trazer um novo desfecho para o assunto.

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Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a expectativa do governo federal é que a discussão sobre a Reforma Tributária seja concluída em novembro nas comissões e que seja votada no Senado até o final de dezembro.

O calendário do governo inclui a possibilidade de o texto voltar para a Câmara, já que estão previstas alterações no texto aprovado pelos deputados.

Governo deve retomar discussão sobre agrotóxicos

Ainda na discussão sobre a Reforma Tributária, o ministro Paulo Teixeira defendeu a inclusão dos agrotóxicos na lista do imposto seletivo. Ao contrário do que defende o ministro, o texto aprovado na Câmara prevê uma redução de 60% na alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para os agrotóxicos e outros insumos agropecuários.

No mês passado, Lula se reuniu com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e reclamou que 80% dos agrotóxicos proibidos na Alemanha são vendidos no Brasil “como se a gente fosse uma republiqueta de bananas” , criticou o presidente na ocasião.

Segundo Paulo Teixeira, o plano do governo é retomar o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), criado em 2014 com o intuito de substituir o uso dos produtos usados na agropecuária.

A reedição do Pronara estava prevista como parte do terceiro Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), mas o plano foi adiado.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.